O grupo de defesa dos direitos dos animais PETA (sigla inglesa para Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) acusa as autoridades britânicas de terem causado a morte dos animais de estimação do ex-espião russo Sergei Skripal, que foi envenenado juntamente com a filha em Salisbury, no Reino Unido. Assim que Skripal e a filha foram hospitalizados, a polícia selou o apartamento, deixando os animais no interior.

Segundo o jornal The Independent, o governo britânico já confirmou que foi encontrado no apartamento de Skripal um gato persa preto, que estava “em estado de ansiedade” e que foi eutanasiado por decisão do veterinário. No apartamento foram também encontrados dois porquinhos-da-Índia, que acabaram por morrer.

Reino Unido. Ex-espião russo Sergei Skripal já não está em estado crítico

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A diretora do grupo PETA, Elisa Allen, já veio lamentar as mortes e atribuir a responsabilidade às autoridades britânicas. “Estas mortes são outra tragédia nesta situação horrível, e desta vez as autoridades britânicas são, obviamente, culpadas”, afirmou Elisa Allen, citada pelo The Independent. 

“Ninguém devia ter deixado estes animais fechados dentro da casa”, declarou a responsável, sublinhando que “claramente deviam ter sido resgatados”. O grupo PETA vai pedir uma investigação para “determinar como foi permitido que isto acontecesse e para assegurar que são implementados procedimentos para impedir mais perdas de vidas”.

Sergei Skripal é um ex-espião russo que trabalhou como agente duplo para o Reino Unido. Condenado por traição pela Rússia, conseguiu estabelecer-se no Reino Unido através de um troca de espiões. Recentemente, Skripal e a filha, Yulia, que o visitava em Salisbury, onde vive, foram envenenados com um agente químico que será de fabrico russo.

Caso Skripal já envolve cerca de 300 diplomatas

O caso Skripal já provocou uma grave crise diplomática entre a Rússia e o Ocidente. Na semana passada, quase 30 países da Europa — incluindo mais de metade dos Estados-membros da União Europeia –, os Estados Unidos e Austrália, bem como a NATO, decidiram a expulsão de diplomatas russos, afetando um total de mais de 150 funcionários.

Moscovo ripostou adotando medidas idênticas em relação a um número equivalente de diplomatas desses Estados. O ex-espião continua em estado crítico, mas a filha recuperou na semana passada e está consciente e capaz de falar, segundo as autoridades britânicas.