Iñaki Urdangarin vai passar cinco anos e dez meses na cadeia. O local onde vai cumprir a sentença do Tribunal Presidencial de Palma será, segundo o El Español, a prisão de Zabala, em Vitoria, pela modernidade das suas instalações, mas também pela proximidade com o local onde vive a sua família. Contudo, no ABC lê-se que o local se mantém “sob o mais absoluto sigilo”, para evitar a concentração de meios de comunicação social.

Se Urdangarin, cunhado do rei de Espanha, casado com a infanta Cristina, for, efetivamente, para Zagala deverá ficar numa cela com 13 metros quadrados e terá à sua disposição todo o tipo de instalações desportivas — desde campo de basquetebol a sala de pesos, polidesportivo e piscina coberta com fins terapêuticos. A prisão, com 80 mil metros quadrados no total, está desenhada de forma mais funcional que as mais antigas e divide-se em dois grandes espaços interiores que, segundo Mikel Cabieces, membro do governo que inaugurou o centro em 2011, conferem “um caráter urbano, citadino” ao espaço.

Uma dessas divisões está destinada aos funcionários e visitantes e a outro dá acesso a todos os edifícios onde se encontram os reclusos. Ao invés de torres de controlo — como acontece na maioria das outras prisões, inclusive em Portugal –, este estabelecimento possui 200 câmaras que monitorizam todos os cantos do estabelecimento e movimentos dos reclusos.

No total, a prisão dispõe de 720 celas, com 13 metros quadrados cada uma (30% maiores que as celas existentes nas outras prisões) e estão preparadas para receber dois reclusos, de forma a que a lotação possa chegar aos 1440 presos. Esta prisão dispõe ainda de médicos especialistas para prestar cuidados de saúde no interior do edifício, de modo a evitar que os presos saiam para ir ao hospital.

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A ser verdade, Urdangarin vai partilhar a sua pena com “delinquentes” que foram condenados no País Basco e regiões próximas, mas também com alguns membros da ETA — “menos de oito”, escreve o El Confidencial –, no estabelecimento de Zabala.

De acordo com o ABC, contudo a prisão onde Urdangarin vai cumprir a pena é ainda um incógnita, mas tudo indica que seja num estabelecimento pequeno e, se possível, não muito longe de Madrid para facilitar todos os processos de comunicação e a visita dos familiares. No mesmo jornal, lê-se que a hipótese de Urdangarin ir para Zabala, em Vitória, é descartada pelas fontes consultadas pelo jornal por ser “muito grande”.

Uma das maiores preocupações, até ao momento, é a gestão das visitas do cunhado do rei Felipe VI e marido da Infanta Cristina. A maioria das famílias visita os reclusos ao sábado e deixar que os familiares de Urdangarin o visitem também nesse dia pode acarretar alguns problemas de segurança, razão pela qual as visitas deverão ser realizadas durante a semana, quando há uma menor concentração de pessoas.

As prisões de Brieva e Segóvia também são apontadas como uma forte possibilidade. Sendo que a primeira tem a vantagem de ter uma ala pequena com quatro celas, onde a segurança e privacidade do cunhado do rei Felipe VI estariam garantidas, uma vez que ficaria sozinho, e a segunda aposta muito na educação e formação dos reclusos e tem instalações modernas também com equipamentos desportivos.

Nunca antes um membro da Família Real espanhola passou por uma situação semelhante, pelo que a decisão de escolha do estabelecimento prisional é de extrema importância e difícil de tomar. Iñaki Urdangarin deve apresentar-se voluntariamente às autoridades até segunda-feira. Foi acusado pelos crimes de prevaricação, peculato, tráfico de influência, fraude à administração e crimes fiscais.