Georges Tron, ex-secretário de Estado para os Assuntos Públicos do governo francês, vai a julgamento por alegadamente ter agredido e violado duas funcionárias do seu staff em Draveil, sul de França. A notícia é avançada esta terça-feira pelo jornal The Guardian. 

Os alegados casos remontam a um período entre 2007 e 2011 e as funcionárias, Virgina Faux e Eva Loubrieu, acusam-no de terem sido sujeitas a massagens nos pés que, posteriormente, se transformaram em violações e agressões sexuais. De acordo com o mesmo jornal, da primeira vez que as mulheres foram à polícia prestar declarações afirmaram que Tron se gabava de ser especialista em reflexologia (prática terapêutica que estimula determinadas zonas do corpo com o propósito de provocar efeitos benéficos noutras zonas do corpo ou na saúde em geral).

Ele disse fecha os olhos e fica calada”, relata uma das vítimas. O ataque foi descrito como um ritual onde as vítimas estariam presas e tinham medo de reagir.

A situação só veio a público em maio de 2011, após o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, ter sido acusado por uma funcionária de a ter tentado violar num hotel em Nova Iorque. As acusações contra um político com a influência de Strauss-Kahn encorajaram as vítimas a relatar o sucedido e tornou-se um símbolo em França contra os poderes instaurados.

Na altura, Tron negou todas as acusações, mas acabou por apresentar a sua demissão ao Presidente francês Nicolas Sarkozy. O arguido alega que o caso é uma conspiração dos oponentes políticos de extrema-direita. O político de centro-direita, do partido republicano, corre o risco de incorrer a uma pena de prisão de 20 anos, conjuntamente com Brigitte Gruel, acusada de ser cúmplice no caso.

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