Vicente Moura, que presidiu ao Comité Olímpico de Portugal (COP) durante 17 anos, manifestou-se esta quinta-feira “reconhecido e gratificado” pelo prémio Olympic Laurel, atribuído pelos Comités Olímpicos Europeus (COE), “pela sua excecional carreira no desporto”.

“Já saí do Comité Olímpico há cinco anos, depois de ter feito cinco mandatos consecutivos e, sendo um prémio atribuído pela totalidade dos Comités Olímpicos Europeus, significa algum reconhecimento pelo meu trabalho, quer em termos nacionais, quer internacionais”, disse Vicente Moura à agência Lusa.

De partida para Marbelha, em Espanha, onde na sexta-feira irá receber o galardão, no decorrer da assembleia geral dos COE, Vicente Moura, de 81 anos, disse estar “grato ao Comité Olímpico de Portugal”, por lhe “ter dado esta oportunidade, e muito grato aos comités olímpicos da Europa”.

Vicente Moura, capitão-de-mar-e-guerra da Marinha, com um longo currículo ligado ao desporto, foi presidente do COP de 1990 a 1992 e de 1997 a 2012 e foi chefe de missão aos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, nos quais Carlos Lopes conquistou a primeira medalha de ouro olímpica para Portugal.

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“Sem falsas modéstias, não há dúvida de que há um Comité Olímpico antes das minhas presidências e depois”, referiu Vicente Moura, que praticou polo aquático, ginástica e basquetebol, mas que foi na natação, ao serviço do Sport Algés e Dafundo, que se destacou.

No seu primeiro mandato, Vicente Moura recorda que o Comité Olímpico de Portugal “era uma instituição conhecida, mas pouco prestigiada e sem grande poder, não só económico, mas, fundamentalmente, desportivo, e tornou-se uma grande instituição”.

“Construi uma nova sede, ao nível das outras sedes da Europa, consegui que os governos de uma forma continuada passassem para o Comité Olímpico a responsabilidade da preparação para os Jogos Olímpicos, criei a Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa e os Jogos da Lusofonia”, disse.

De acordo com Vicente Moura, durante as suas presidências, o Comité Olímpico de Portugal “ficou com condições e características especificas para fazer e desenvolver o seu trabalho”.

“Naturalmente, isto satisfaz-me. E este prémio também, pelo reconhecimento do meu trabalho”, acrescentou Vicente Moura, que foi também presidente do Conselho Superior de Desporto, da Federação Portuguesa de Natação e do Panathlon Clube de Lisboa, bem como fundador da Academia Olímpica de Portugal.