O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu, esta terça-feira, aos partidos políticos “clareza dos propósitos e das propostas” para o ciclo eleitoral de 2019 em que se realizam europeias e legislativas.

Os partidos, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, devem começar “a pensar seriamente em três realidades inadiáveis: clareza dos propósitos e das propostas; verosimilhança da solidez da sua base de apoio político — para que as propostas não fiquem apenas como meras intenções sem capacidade de ser poder; e rapidez na transmissão das mensagens”.

Lembrando que o país está a seis meses do primeiro ato eleitoral (europeias) e a cerca de 11 meses das legislativas, o Presidente da República realçou que não lhe compete “escolher propostas ou modelos de governação”. No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa não se coibiu de deixar um alerta aos partidos: “Quem se atrasar ou faltar mesmo à chamada para o encontro com os portugueses não se poderá queixar do destino nem da penosidade do recomeço da caminhada nos idos mais próximos”.

“Todos sabemos que sensatez e realismo, olhando para o que vão ser os tempos imediatos na Europa e no mundo, resultam da natureza das coisas”, vincou o chefe de Estado. Nesse sentido, os próximos tempos aconselham, “no mínimo, mais crescimento económico e, para tanto mais, condições propícias a investimento e exportações”, referiu.

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Marcelo Rebelo de Sousa falava em Porto de Mós (distrito de Leiria), durante a sessão de abertura do primeiro Encontro da Fundação Batalha de Aljubarrota, intitulado “Portugal Independente – A partir da sua história, que futuro desejável para Portugal?”.

Opções do Governo levaram ao adiamento de investimento público estruturante

O Presidente da República disse também que as opções do Governo no plano económico e financeiro têm levado ao adiamento de algum investimento público estruturante.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que as opções do Governo de conjugar o rigor orçamental com medidas corretoras de assimetrias sociais e de aliar a procura de maior protagonismo das exportações com a manutenção do incentivo ao consumo interno têm implicado “sacrifício ou adiamento de algum investimento público estruturante”.

Para o Presidente da República, as posições no plano económico e financeiro em Portugal não se identificam “totalmente com a divisão entre a área do Governo e a área das oposições”.