O governo cubano ameaçou abrandar a sua presença na iniciativa médica “Mas Medicos” com a retirada de milhares de profissionais do Brasil, após Bolsonaro ter dito que ia impor novas condições para os médicos estrangeiros a trabalhar em território brasileiro. Desde a eleição do candidato de extrema-direita para presidência do Brasil, que a relação diplomática entre os dois países tem vindo a agravar-se pelas divergências políticas.

Nos termos do acordo revisto pela Organização Mundial de Saúde do programa médico em causa, é previsto que os 11.420 médicos cubanos sejam pagos pelo Estado brasileiro e que parte do valor seja taxado pelo governo cubano. Os médicos têm ainda a possibilidade de levar consigo as suas famílias.

Segundo o jornal britânico The IndependentBolsonaro tem posto em causa as qualificações dos médicos cubanos e refere que estes têm de renovar a sua licença no Brasil para poderem continuar a exercer funções, ameaçando fazer alterações no estatuto destes profissionais de saúde.

Indignado, o Ministério da Saúde cubano reagiu através de um comunicado escrito no qual referia que “estas condições tornam impossível manter o programa funcional” e que tal pode complicar as relações entre os dois países, cada vez mais distantes politicamente. O ministério cubano considerou ainda que os comentários do futuro presidente brasileiro foram “desrespeitosos” e “ameaçadores“.

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Uma eventual saída dos médicos cubanos do Brasil implicaria uma perda significativa dos lucros que o Estado cubano faz com a taxação salarial dos seus ordenados, em iniciativas como a “Mas Medicos”. Ativo desde há cinco anos, quando Dilma Roussef estava no poder, esta iniciativa tem sido o vetor económico principal de suporte do sistema de saúde cubano, que até agora é de acesso grátis para os cidadãos do país.

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