A prisão de Armando Vara é um acontecimento que comprova a existência de uma rede organizada, liderada por José Sócrates, que tentou “controlar o país”. É esta a opinião do comentador da SIC, Luís Marques Mendes, que aproveitou o seu espaço televisivo semanal para apontar a existência de uma rede liderada por “José Sócrates, Armando Vara e Carlos Santos Silva” que
começou a operar “há mais de 20 anos”.

O objetivo dessa rede, explica o comentador, seria o de controlar o país através da banca, da comunicação social e das grandes empresas, como a PT. “Esta prisão agora é apenas a ponta do icebergue de outros processos, como a Operação Marquês e outros”, sentenciou o ex-líder do PSD.

No entanto, Marques Mendes apontou o dedo não apenas aos envolvidos: “Ele foi o homem todo-poderoso destes bancos [Caixa Geral de Depósitos e BCP] não só por causa de José Sócrates, mas também pelo Banco de Portugal que deu a sua autorização”, relembrou. “O Banco de Portugal à altura, liderado por Vítor Constâncio, teve de facto um comportamento inqualificável.”

Se Rio não mudar, esta foi “uma vitória de Pirro”

No seu espaço de comentário, Marques Mendes aproveitou ainda para comentar o recente desafio à liderança de Rui Rio no PSD. Embora elogiando a prestação do líder do partido nesta situação, Marques Mendes não deixou de apontar problemas a Rio, dizendo que “é líder, mas mesmo os seus apoiantes não estão muito felizes com a sua liderança” e deixando-lhe alguns conselhos.

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Para o antigo líder do PSD, Rio deve mostrar-se agora mais inclusivo, acutilante e diferenciador em relação ao PS. Só assim, diz, pode capitalizar com esta vitória face a Luís Montenegro. “As pessoas inteligentes mudam”, avisou. “Se não fizer isso, acho que esta foi uma vitória de Pirro”, declarou.

Sobre possíveis novos desafios a Rio, Marques Mendes colocou Montenegro na pole position — “todas as pessoas que desafiaram líderes em funções [no PSD], foram líderes a seguir”  mas não excluiu outros nomes: Pedro Passos Coelho e Paulo Rangel são outros dos “pesos pesados” que apontou, bem como os sociais-democratas da “nova geração” como Carlos Moedas, Miguel Pinto Luz, Pedro Duarte ou Miguel Morgado.

Ao falar sobre Paulo Rangel, o comentador aproveitou para anunciar que o social-democrata será o cabeça-de-lista do PSD às eleições europeias. “Rui Rio já tomou essa decisão”, garantiu.