O espetáculo “Anarquismos”, nova criação de Pablo Fidalgo Lareo que explora a história anarquista em Espanha, será apresentado em estreia nacional esta sexta-feira e sábado no Teatro Municipal Rivoli, no Porto.

O espetáculo, exibido no Grande Auditório do Rivoli e criado com várias parcerias portuguesas, alia uma reflexão histórica sobre a anarquia à história pessoal do criador.

A partir de três jovens estudantes de teatro que moram num bairro de Madrid no verão de 2005, e das suas conversas sobre um quarto membro que se encontra desaparecido, são reveladas “as dificuldades e o quotidiano destes quatro jovens que tentam inventar um outro mundo, um sistema e uma forma de criar própria e única”, pode ler-se na apresentação do espetáculo.

Em 2015, Pablo Fidalgo Lareo apresentou no Teatro Municipal Maria Matos “Habrás de ir a la guerra que empieza hoy”, sobre a Guerra Civil espanhola, e em “Anarquismos” volta a mergulhar na história do seu país, combinando-a com uma experiência pessoal.

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A vida que fez em comunidade durante oito anos ajudou à construção da ideologia política e visão sobre a criação e relações sociais, sobrepondo esses conceitos à história da anarquia em Espanha, que é “bastante desconhecida” fora das fronteiras espanholas.

O lado poético do regresso aos “referentes anarquistas e a essas experiências de vida que foram apagadas pela História oficial” interessaram o encenador, que aí vê “umas ideias ainda muito fortes”.

Com récitas marcadas para as 21h00 de sexta-feira e às 19h00 de sábado, “Anarquismos” é indicado para maiores de 16 anos e conta com texto e direção artística de Lareo, além da interpretação de Rocío Berenguer, Ángela Millano e Cláudio da Silva.

O espetáculo estreou-se a 23 de outubro de 2018 no festival BAD, em Bilbau, Espanha, e já passou desde então por Santiago de Compostela e Madrid, apresentando-se no Porto antes de chegar a Paris, de 16 a 18 de maio, no Théâtre de la Ville.

Nascido em Vigo em 1984, Pablo Fidalgo Lareo tem mantido uma relação próxima com Portugal, vivendo e trabalhando de Lisboa e colaborando com vários artistas e estruturas lusas, como no projeto PANOS, da Culturgest, com a peça “Só há uma vida e nela quero ter tempo para construir-me e destruir-me”.

Em 2016, apresentou “Daniel Faria” no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), no mesmo palco a que agora regressa, um espetáculo sobre o poeta português que integra, ao lado de “Habrás de ir a la guerra que empieza hoy”, um livro sobre os seus antepassados familiares.

Com direção de produção da estrutura portuguesa O Rumo do Fumo, a peça conta com vários coprodutores, entre eles o Teatro Municipal do Porto e o Maria Matos Teatro Municipal, além de várias instituições espanholas e francesas, e de outros apoios de vários países.