A administração do Hospital de São João, no Porto, garantiu que “nunca houve um caso de rapto consumado no Serviço de Obstetrícia” desde que foi instalado o sistema de segurança, há dez anos, e acrescentou que os dispositivos de segurança “estiveram e estão permanentemente ativos”. As declarações surgem depois de o Jornal de Notícias ter noticiado que uma mulher, alegadamente disfarçada de enfermeira, tentou raptar um bebé recém-nascido no passado sábado, tendo sido travada pela família do bebé.

Sobre o sistema de segurança que está atualmente em funcionamento no hospital, a nota enviada explica que “a entrada e saída do Serviço de Obstetrícia é feita exclusivamente através de porta com dispositivo eletrónico de acesso com cartão de profissional daquele serviço” e que esse mesmo serviço têm “videovigilância no corredor de acesso”.

O serviço dispõe de um posto de segurança/portaria, sendo que todas as visitas são identificadas à entrada do serviço, junto do segurança que faz portaria ao mesmo, sendo registados os dados do cartão de cidadão de cada familiar/visita e número da cama do familiar que se vem visitar”, disse ainda a administração, acrescentando que “todos os recém-nascidos no serviço de obstetrícia têm uma pulseira eletrónica que dispara o alarme sempre que a criança sai fora de um perímetro pré-definido no interior do serviço”

Depois do sucedido, o hospital decidiu abriu um inquérito interno para “esclarecimento completo” da tentativa de rapto. A mulher permanece detida devido à “gravidade da situação”, disse fonte da PSP à agência Lusa. “Todas as crianças internadas dispõem de uma pulseira eletrónica, não sendo possível sair do serviço com um recém-nascido sem o competente processo estar clinicamente encerrado”, acrescentou a administração em comunicado.

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O que se sabe e o que falta saber sobre a tentativa de rapto no Hospital de S. João

Face a vários casos de tentativas de rapto nas maternidades, os hospitais têm vindo a reforçar os seus serviços de segurança. No caso do Hospital de São João, o acesso do exterior é eletrónicos e feito através de um cartão pertencente a cada profissional do hospital, tendo os próprios familiares que ser indicados e identificados para poderem entrar no serviço. A entrada da mulher terá sido permitida quando uma das visitas que estava naquele momento dentro do serviço, pensando que se tratava de um profissional de saúde do hospital, abriu a porta à mulher de bata.

Ainda esta segunda-feira, o Jornal de Notícias noticiou que durante o interrogatório feito pela PSP, a mulher terá feito um desabafo: “Queria um menino ou uma menina”. A frase veio dar força à tese de tentativa de rapto e a investigação, que segundo o mesmo diário, acredita que a mulher vigiou o hospital nos dias anteriores para preparar a melhor altura para o rapto.

Mulher que tentou raptar bebé terá vigiado o hospital. “Queria um menino ou uma menina”, disse à PSP

(Artigo editado às 00h20 do dia 5 de fevereiro com correção sobre a forma de entrada no serviço do hospital)