O governo espanhol deu 15 dias à família de Francisco Franco para decidir onde enterrar o corpo do ditador. Se o sítio não for escolhido, a opção fica nas mãos do próprio governo, após decisão tomada em Conselho de Ministros, explica o El Mundo.

O local não pode ser a Catedral de La Almudena, em Madrid, tal como a família queria. O anúncio de que a ordem para a exumação de Franco estava para breve foi feito no dia 11 de fevereiro. Agora está tudo encaminhado para recolher os restos mortais de Franco do Vale dos Caídos, um memorial franquista perto da capital de Espanha, construido em memória dos nacionalistas mortos na guerra civil espanhola.

Espanha. Governo dá ordem para exumação de Franco esta sexta-feira

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Ministra de Justiça afirma que se chegou a um “ponto culminante da história” porque se está a cumprir algo que “o presidente Sanchez se comprometeu” para com os cidadãos espanhóis. Dolores Delgado explica que Franco não pode ir para Almudena por “motivos de ordem pública” e respeitar a lei da Memória Histórica, de forma a prevenir que a catedral se transforme num local de “dignificação” da ditadura.

O El Español relembra que o presidente Pedro Sanchez anunciou a mudança de local dos restos mortais em junho, poucos dias depois de ser eleito. O líder espanhol garantiu que não deixaria o governo sem retirar o ex-ditador da basílica.

A família de Franco já reagiu à notícia, garantindo que irá recorrer da decisão para o Supremo Tribunal, pedindo “medidas cautelares” que interrompam o processo de retirada das ossadas do ditador. Também a Fundação Nacional Francisco Franco e a Abadia beneditina responsável pela basílica do Vale dos Caídos anunciaram que vão recorrer para o mesmo Tribunal.