Theresa May demitiu o ministro da Defesa do Reino Unido devido a uma fuga de informação sobre uma decisão do Conselho Nacional de Segurança relacionado com a Huawei.

A primeira-ministra britânica disse em comunicado ter “perdido a confiança na capacidade de Gavin Williamson servir no papel de ministro da Defesa e como membro do governo”, depois de concluído um inquérito para descobrir como é que dados de uma reunião daquele órgão sobre a gigante chinesa tinham sido divulgados.

Na carta enviada na noite de terça-feira ao agora ex-governante, e citada por vários órgãos de comunicação britânicos, como a BBC ou o The Guardian, May frisa que se tratava de um assunto de extrema seriedade que se tornou “profundamente desapontador”. Por isso o demitiu tendo já nomeado Penny Mordaunt para a pasta da Defesa que acumulará com a das questões da Mulher e da Igualdade, sendo substituída como ministra para o Desenvolvimento Internacional por Rory Stewart.

EUA ameaçam Reino Unido de cortar relações entre os dois serviços secretos se o país não desistir da Huawei

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em abril o Telegraph divulgara que May iria permitir que a Huawei participasse de forma limitada no desenvolvimento da rede 5G, como antenas, por exemplo,  apesar dos avisos de alguns dos seus ministros de que isso seria um risco para a segurança nacional e da pressão exercida pelos Estados Unidos em sentido contrário.

Theresa May teria aceitado a intervenção da Huawei em partes menos sensíveis da rede, deixando de fora o núcleo duro das infraestruturas, contra o parecer do ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, o ministro do Interior, Sajid Javid, o da Defesa agora demitido, Gavin Williamson, e o do Comércio Internacional, Liam Fox.

Os ministros britânicos não estão sozinhos nas suas preocupações. Têm sido vários os responsáveis pela segurança de diversos países — com os Estados Unidos em destaque —  a alertar para o perigo do uso de equipamento da Huawei nas redes de telecomunicações por causa da proximidade com o governo chinês e do risco de poder ser usado para efeitos de espionagem.

Na sequência dessa notícia que dava conta das discussões secretas de 23 de abril do Conselho Nacional de Segurança foi aberto um inquérito pelo governo cujas conclusões levaram Theresa May a dar este passo. A chefe do governo justifica que o fez depois de conhecer a conduta de Williamnson nas circunstâncias da divulgação não autorizada de informações da reunião.

Gavin Williamson já reagiu à Sky News, negando qualquer envolvimento na divulgação do teor dessa reunião, dizendo que a decisão teve motivos políticos.