Floriane Bernaudat devia casar em breve com o homem com quem namorava desde os 16 anos. Johannes Baus tinha acabado de trocar alianças com a sua mulher. Mas aquela noite de 13 de novembro haveria de mudar para sempre os destinos de ambos. Os dois casais estavam no clube parisiense Bataclan, a assistir ao concerto da banda norte-americana Eagles of Death Metal quando em menos de hora e meia um grupo de terroristas ditou a morte de 130 pessoas que assistiam ao espetáculo. Floriane perdeu  noivo. Johannes a mulher.

Quase quatro anos mais tarde, a Radio Canada partilha a história de amor que é um exemplo de esperança mesmo entre os cenários mais negros, num artigo que publicado a 24 de abril e desde então tem comovido o público.

A reportagem recupera o trajeto de Floriane, cujo testemunho a Radio Canada recolhera no rescaldo dos atentados, e com quem se reencontrou na primavera deste ano. Na noite em questão, a jovem salvara a vida porque conseguiu esconder-se nas casas de banho da sala. Quando soube da notícia da morte do namorado, Renauld, “pensei que o meu mundo tinha acabado”.

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Depois da tragédia, mudou de trabalho, durante muito tempo evitou transportes públicos e grandes ajuntamentos, e fez terapia. Foi através de um dos muitos grupos formados por vítimas do Bataclan, dispersos pelas redes sociais, que a francesa conheceu o Baus.

Três anos depois, atentados no Bataclan são “cicatriz aberta que não fecha”

“Vi um post de Floriane.. que me disse algo. Ok, estava numa situação semelhante à minha. Respondi ao post”, descreveu Johannes, alemão fixado na capital francesa, que naquela noite trágica conseguiu esconder-se atrás do bar. Aos poucos, foram fortalecendo o contacto e a relação ganhou forma. O casamento chegou em outubro de 2017 e pouco depois a pequena Bérénice, já descrita como “bebé Bataclan”, veio juntar-se à família, que atualmente vive no subúrbio de Paris.