O duplo confronto em Oliveira de Azeméis que começou esta final acabou por confirmar a tendência entre Oliveirense e Benfica na presente temporada: pode haver maior ou menor diferença no resultado mas o equilíbrio e imprevisibilidade são sempre uma garantia, com o campeão em título e os encarnados a ganharem três encontros cada para o Campeonato (houve ainda um sétimo jogo, na final da Taça Hugo dos Santos, com vantagem do conjunto de Aveiro). Também por isso, o jogo 3 da série decisiva que chegava à Luz empatada teria grande importância nas contas finais do título e como que “mexeu” com as estratégias dos dois conjuntos, acabando por ser decidido apenas no prolongamento a favor da Oliveirense por 87-82.

Oliveirense vence Benfica em casa e fica em vantagem na final da Liga

O Benfica teve um início de jogo falhado, ficando mais de quatro minutos em branco com James Ellisor e Thomas De Thaey a colocarem a Oliveirense na frente com um parcial de 6-0. Gladness conseguiu depois quebrar esse enguiço mas a boa defesa dos visitantes continuava a fazer a diferença, com Carlos Lisboa a parar o encontro com os encarnados a terem apenas seis pontos em sete minutos de jogo, num arranque ainda pior no plano ofensivo do que na primeira partida desta série final em Oliveira de Azeméis (14-6). Travante Williams, a fechar o primeiro período (17-12), e Marko Loncovic, logo a abrir o segundo (20-12), aumentaram de novo a vantagem com lançamentos exteriores, voltando aos oito pontos de diferença.

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Benfica bate Oliveirense e relança luta pelo título nos próximos dois jogos na Luz

No entanto, a tendência do encontro acabaria por mudar: com Micah Downs a assumir mais o jogo ofensivo das águias e a defesa a melhorar substancialmente sobretudo na zona mais próxima das tabelas, o Benfica foi conseguindo aproximar-se (apesar de ter havido mais uma fase com oito pontos de diferença, a 29-21), conseguiu empatar a dois minutos do intervalo com um lançamento longo de Fábio Lima e passou mesmo para a frente num lance onde Downs converteu um triplo e a equipa ficou com posse por falta na zona do garrafão, permitindo a Tomás Barroso fazer mais dois pontos. No descanso, 34-32 para os visitados, com a Oliveirense a marcar apenas um cesto e um lance livre nos últimos três minutos do segundo período.

Depois do reatamento, as percentagens de lançamento continuaram abaixo dos jogos anteriores desta final mas seria o Benfica, mais agressivo na luta das tabelas, a conseguira a sua maior vantagem no jogo a meio do terceiro período (43-38), pouco antes de um lance onde Travante Williams teve de sair com uma ferida na cara num lance com Micah Downs. A Oliveirense ainda reduziu, aproveitando duas situações de falta intencional com dois lances livres e posse de bola, saindo a perder por apenas dois pontos para o derradeiro período (47-45) e deixando tudo em aberto para essa parte final do encontro.

Mais uma vez, o fator desequilibrador desta série voltou a aparecer: Micah Downs. Miguel Maria, não só por um triplo marcado num momento importante (56-49) mas também pela dinâmica ofensiva que conseguiu promover, foi importante para a melhoria dos encarnados mas o americano contratado este ano pelo Benfica aos russos do Avtodor Saratov – e que antes passara por outras ligas europeias como Bélgica, Espanha, Ucrânia, Itália ou França – fez a diferença na linha de lance livre e nos lançamentos exteriores, voltando à casa dos 30 pontos como no jogo 1 da final. Coleman ainda foi mantendo a Oliveirense no jogo (com três jogadas quase seguidas a marcar e sofrer falta) mas mais um triplo de Downs colocou o resultado em 66-58 a cerca de três minutos e meio do final. Era a maior vantagem mas, num final eletrizante, não seria suficiente para fechar o encontro.

A Oliveirense reduziu para 67-65 num ressalto ofensivo de De Thaey, passou mesmo para a frente por 71-70, houve depois uma pausa para avaliação de VAR que inverteu (bem) uma decisão, Cantero marcou apenas um lançamento livre em duas tentativas e Ellisor teve nas mãos aquela que poderia ser a bola decisiva, falhando uma tentativa a dois segundos do final e levando o jogo para prolongamento (71-71). No tempo extra, um triplo de Tomás Barroso a abrir e a eficácia nos lances livres voltou a colocar o Benfica na frente (78-71) nos dois minutos iniciais mas José Barbosa agarrou da melhor forma na batuta da partida e, entre lançamentos de dois pontos e lances livres, voltou a virar todas as contas a pouco menos de dois minutos do final (79-78). Nas posses decisivas, Micah Downs fez uma falta ofensiva, o conjunto de Aveiro foi mais forte e acabou por ganhar por 87-82 um jogo que o Benfica teve na mão quando teve uma vantagem de oito pontos na parte final do último período e de sete no tempo extra, ficando a um triunfo da revalidação do título. O jogo 4 realiza-se também na Luz na segunda-feira, às 19h30.