O ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Ernesto Araújo, disse na quinta-feira que a aliança com a China é “essencial” para o desenvolvimento do Brasil, após reunir com o homólogo chinês, Wang Yi, em Brasília.

A intenção do Brasil é tornar-se cada vez mais um país com capacidade tecnológica e industrial avançada e para isso a aliança com a China é essencial”, disse Araújo aos jornalistas, no Palácio do Itamaraty.

Wang Yi, que é também Conselheiro de Estado da China, está a visitar o Brasil por ocasião da cimeira dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que decorre nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro.

Na quinta-feira, Wang esteve em Brasília para participar no III encontro do Diálogo Estratégico Global Brasil-China.

“O Brasil é um país que quer ter uma relação económica aberta e produtiva com o resto do mundo e, nesse sentido, a China, o nosso maior parceiro comercial, tem uma importância central”, disse Araújo. “Somos duas sociedades que, cada uma à sua maneira, querem estruturar-se na direção do progresso, da produtividade e da harmonia”, afirmou.

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Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. O comércio bilateral atingiu os 98.900 mil milhões de dólares, no ano passado, segundo dados oficiais.

No entanto, a eleição de Jair Bolsonaro, assumido anticomunista, provocou apreensão em Pequim, durante a campanha eleitoral, com a aproximação a Taiwan e críticas à China “A China não está a comprar no Brasil, está a comprar o Brasil”, afirmou na altura.

Depois de eleito, Bolsonaro enfatizou a sua intenção de “continuar a fazer negócios com todos sem distinção ideológica” e, desde que assumiu o cargo, em janeiro passado, suavizou as suas opiniões sobre o país asiático.