Rui Rio é mesmo recandidato à liderança do PSD. O anúncio vai ser feito esta tarde, às 18h30, no mesmo hotel do Porto em que Rui Rio derrotou Luís Montenegro naquilo a que chamou o “golpe de Estado” de janeiro. Ao que o Observador apurou, a decisão foi comunicada esta manhã por Rui Rio ao seus mais próximos, e já estão a ser recrutados apoiantes para a sua candidatura.

Tudo a postos para Rio avançar (falta o ok final). Como as tropas se estão a posicionar

Quinze dias depois das eleições, e uma hora depois de se ter conhecido todo o elenco governativo de António Costa, o PSD anunciou no Twitter que Rui Rio vai falar esta tarde, à imprensa, sobre as eleições diretas do PSD. É, portanto, hoje, que se desfazem as dúvidas.

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As declarações vão ser num hotel no Porto (o mesmo em que, em janeiro deste ano, Rio conseguiu ver aprovada uma moção de confiança à sua liderança, derrotando as pretensões de Montenegro), e acontecem precisamente no dia em que o primeiro-ministro indigitado fechou o dossiê sobre a composição do Governo. Rui Rio sempre disse que só falaria sobre o seu futuro à frente do PSD quando as peças do tabuleiro de xadrez estivessem todas posicionadas e estabilizadas. Ou seja, primeiro era preciso ver que tipo de solução governativa António Costa ia negociar com os antigos parceiros da esquerda, se é que ia negociar alguma (acabou por decidir governar sem maioria e sem acordos escritos), e, depois, era preciso dar tempo ao primeiro-ministro indigitado de formar — e comunicar — Governo.

Daí até à tomada de posse da Assembleia da República, que se atrasou por causa de um pedido do PSD de recontagem dos votos da emigração, a janela temporal era estreita, por isso a decisão de Rio teria de ser comunicada esta semana.

Com Rio a demorar duas semanas a comunicar a sua decisão, deu tempo a dois candidatos posicionarem-se e começarem as diligências para a contagem de espingardas: Luís Montenegro fê-lo logo dois dias depois da eleições, comunicando numa entrevista à SIC que seria candidato à liderança do PSD nas próximas eleições diretas, e Miguel Pinto Luz fê-lo mais tarde, na passada sexta-feira, estando agora em “contacto com os militantes” para preparar a corrida de janeiro.

Rio ouviu, não falou e não vai acelerar calendários. Comissão Política foi “quase unânime” a pedir recandidatura

Na última quarta-feira, Rio reuniu a comissão política nacional mas ouviu mais do que falou. Depois a “quase unanimidade” da sua direção se ter pronunciado no sentido de pedir que avançasse com uma candidatura, o máximo que saiu dessa reunião foi a ideia de que Rui Rio não ia antecipar o calendário: sem um “desastre eleitoral” não haveria necessidade de apressar as coisas e o próximo líder do PSD seria escolhido nos prazos habituais. Ou seja, as diretas para a escolha do líder serão em meados de janeiro e o congresso da entronização será em meados de fevereiro. Falta só o Conselho Nacional — órgão máximo entre congressos — reunir-se para acertar as datas, sendo que essa reunião deverá acontecer nos últimos dias de outubro, em Bragança.