A bolsa nova-iorquina encerrou esta sexta-feira em baixa, em contração após ter estabelecido novos recordes, depois de um relatório sobre o emprego e a taxa de desemprego nos EUA, em dezembro, que desiludiu os investidores.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,46%, para os 28.823,77 pontos. Este índice emblemático começou a sessão com ganhos e chegou a superar o patamar simbólico dos 29 mil pontos, mas acabou por ser incapaz de sustentar a progressão, terminando em perda.

O tecnológico Nasdaq perdeu 0,27%, para as 9.178,86 unidades, e o alargado S&P500 cedeu 0,29%, para as 3.265,35.

Os principais índices da bolsa de Nova Iorque tinham fechado em níveis inéditos na quinta-feira, graças designadamente à acalmia entre os EUA e o Irão, com a perspetiva de uma escalada militar entre os dois países a afastar-se depois de uma subida acentuada das tensões no passado fim de semana.

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No conjunto da semana, o Dow Jones subiu 0,7%, o Nasdaq avançou 1,8% e o S&P500 valorizou 0,9%.

“Depois de terem atingido valores recordes esta manhã, os índices procuraram ir mais além, mas não conseguiram”, sintetizou JJ Kinahan, da TD Ameritrade.

“Depois de uma sequência geopolítica agitada no fim de semana passado seguida por um apaziguamento durante a semana, o apetite dos investidores pelo risco enfraqueceu esta sexta-feira à tarde”, acrescentou.

Os atores do mercado também estiveram esta sexta-feira a digerir números menos bons que o previsto relativos às criações de emprego e subidas de salários nos EUA, segundo um relatório mensal do Departamento do Trabalho.

No total, foram criados em dezembro 145 mil empregos, abaixo dos 160 mil aguardados pelos analistas, e muito abaixo dos 265 mil registados em novembro, segundo os números revistos em baixa, que aliás tinham sido ‘inflacionados’ pelo regresso ao trabalho do pessoal da General Motors, depois de uma greve histórica.

A evolução do salário horário médio continuou a dececionar em dezembro, com uma progressão de apenas 0,1%, quando os analistas esperavam 0,3%.

Ao contrário, a taxa de desemprego continuou no seu nível mais baixo desde há 50 anos, com o valor de 3,5%.

Na próxima semana, os investidores vão estar focados na assinatura, prevista para quarta-feira, de um acordo comercial preliminar entre EUA e China, visto como uma trégua no conflito comercial entre os dois países.

“Creio eu, a maior parte dos atores de mercado estão aliviados”, estimou Kinahan.

Mas o Presidente dos EUA, Donald Trump, já avisou, na quinta-feira, que a ratificação de um acordo posterior, dito de “fase 2”, poderia ser adiado até depois da eleição presidencial norte-americana, em novembro.