Apenas uns dias depois de ter celebrado o 38.º aniversário na liderança do FC Porto, assinalado com uma conversa através de vídeochamada com nomes grandes do clube como Vítor Baía, Jorge Costa ou José Mourinho, Pinto da Costa teve um gesto de particular atenção com os associados mais velhos dos dragões.

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Assim, e numa altura em que o país se encontra ainda em confinamento geral no terceiro período do Estado de Emergência, o líder dos azuis e brancos enviou uma carta escrita à mão a todos os sócios acima dos 70 anos, bem como um cachecol do clube e também a última edição da Revista Dragões.

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“Caros amigo e consócio,

Neste período delicado que vivemos, entendi dirigir-lhe algumas palavras de solidariedade e de encorajamento, nesta luta contra a Covid-19 (…)”

Foi desta forma que o presidente do FC Porto iniciou a carta, antes de definir as “quatro palavras base e orientadoras” no vocabulário de um adepto dos dragões: “rigor, competência, ambição e paixão”.

“Neste caso, rigor no cumprimento das indicações dos procedimentos definidos pelo Governo e entidade sanitárias, competência em todas as nossas decisões para o nosso bem e da comunidade, ambição em vencermos esta luta sem tréguas onde não pode haver desânimos e fraquezas e paixão pela vida, pela nossa e sobretudo pela dos nossos familiares e amigos”, destacou. “Se formos fiéis a essas quatro palavras, em breve nos juntaremos no nosso Dragão para convivermos, para festejar as nossas vitórias e sobretudo para vivermos!”, concluiu.

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Também no editorial da Revista Dragões Pinto da Costa, de 82 anos, comentou o atual momento de pandemia global sem precedentes, deixando ainda elogios públicos aos presidentes das Câmaras Municipais de Ovar (Salvadora Malheiro), Porto (Rui Moreira) e Vila Real (Rui Santos).

“Este mês vivemos os tempos mais difíceis da nossa existência coletiva. Portugal, mesmo no século XX, já passou por guerras e epidemias, já enfrentou graves crises políticas, económicas e financeiras, já viu muitas vidas perdidas ou destruídas pelos motivos mais tristes, mas o que se passa neste princípio de 2020 é diferente. Pela primeira vez, vimos como uma doença altamente contagiosa pode, em poucos dias, atravessar o mundo e colocar todas as populações em risco”, referiu, prosseguindo: “Momentos como este exigem união, solidariedade e responsabilidade. Só os laços que nos unem como comunidade poderão ajudar-nos a ultrapassar esta fase”.

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Felizmente, não é só nos políticos no ativo que o país encontra referências cívicas e morais. A intervenção pública recente do General Ramalho Eanes foi uma verdadeira injeção de ânimo, de resiliência e de verticalidade em toda a nação. Entre 1976 e 1986, em tempos que não foram pouco conturbados, o General Ramalho Eanes foi o Presidente de todos os portugueses. Todos estes anos depois, sempre que o vejo, não duvido de que ainda é um verdadeiro chefe do Estado a que pertencemos”, acrescentou na parte final, em que não esqueceu também a figura de Mário Lino, antiga glória do boxe do clube que morreu vítima de Covid-19.

Antes, no programa “FC Porto em Casa” nas várias plataformas do clube que assinalou o 38.º aniversário da liderança dos azuis e brancos, Pinto da Costa tinha descrito como tem sido a sua vida de confinamento. “Um terço das horas em que estou acordado passo ao telefone com as pessoas do FC Porto, para preparar o futuro. Ontem [quinta-feira] cheguei ao fim do dia rouco. Fiz 17 mil passos em casa, o que dá cerca de quatro horas ao telefone.  Aproveito também para ler, ouvir música no YouTube e, como gosto muito de poesia, aproveitei para decorar alguns poemas”, contou nesse momento, onde mostrou total crença na conquista do Campeonato e da Taça de Portugal esta temporada e revelou histórias menos conhecidas como a possibilidade de José Mourinho orientar a equipa na segunda fase da época 2015/16, após a saída de Lopetegui, que foi travada pelo Manchester United.