A comissária europeia da Cultura defendeu esta terça-feira que a atual crise provocada pela pandemia da Covid-19 só evidencia a necessidade e a justiça de aumentar os apoios ao setor no quadro do plano de relançamento da economia europeia.

Numa conferência de imprensa após uma videoconferência com os ministros da Cultura da UE, a comissária Mariya Gabriel, questionada sobre o facto de muitos trabalhadores dos setores criativo e cultural se sentirem abandonados no contexto da atual crise, sublinhou “as muitas ações” de apoio tomadas ao nível europeu ao longo dos últimos dois meses, mas admitiu que é preciso mais, pois, juntamente com o Turismo e os Transportes, este foi dos setores mais atingidos.

Recordando as iniciativas no quadro do programa Europa Criativa e apontando que as decisões tomadas a nível da flexibilização das regras de ajudas de Estado, assim como o novo programa temporário Sure para minimizar os riscos de desemprego, também abrangem os setores criativo e cultural, a comissária comentou que tal “obviamente que não é suficiente, mas também não se pode dizer que não é nada”.

Expressando a sua “solidariedade com toda a gente ligada aos setores criativo e cultural”, pois, sublinhou, “é graças a eles que foi possível resistir melhor à crise”, já que é “difícil imaginar o que teria sido o confinamento sem acesso a conteúdos ‘online’, artes e espetáculos”, que continuaram a ser fornecidos “com muita criatividade e inovação”, Mariya Gabriel defendeu que tal só evidencia a importância da Cultura, que espera ver refletida no plano de relançamento que a UE está a finalizar.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Cultura tem um papel importante a desempenhar no plano de recuperação e no próximo Quadro Financeiro Plurianual [o orçamento da UE para 2021-2027]. Devemos usar esta crise como uma oportunidade para insistir em como é importante aumentar o orçamento, não só do Programa Europa Criativa mas também do Horizonte Europa, e reforçar o papel do setor criativo e cultural na nossa estratégia de recuperação”, defendeu a comissária búlgara.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 318 mil mortos e infetou mais de 4,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.

A Europa soma mais de 167 mil mortos, em mais de 1,9 milhões de pessoas infetadas. Os Estados Unidos são o país com mais mortos (90.369) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,5 milhões).

Portugal contabiliza 1.247 mortos associados à Covid-19 em 29.432 casos confirmados de infeção. Em relação ao dia anterior, há mais 16 mortos (+1,3%) e mais 223 casos de infeção (+0,8%), segundo os dados hoje divulgados pela Direção-Geral da Saúde.