Em Portugal, foram ultrapassados os 30 mil casos confirmados de infeção com o novo coronavírus. O número foi avançado no boletim divulgado pela Direção-Geral da Saúde esta sexta-feira e refere-se aos valores registados até à última meia-noite.

Há ainda outros dados a reter. Morreram mais 12 pessoas, dois terços das quais da região Norte, duas das quais com 80 anos ou mais e cinco das quais com menos de 70 anos. Há registo de mais de mil doentes recuperados em apenas 24 horas. Das 288 novas infeções registadas, 228 (79%) foram detetadas na região de Lisboa e Vale do Tejo. Já o número de internamentos (nos hospitais e nas unidades de cuidados intensivos) continua a baixar.

Portugal entre os 30 países com mais casos e mais mortes por milhão de habitantes

Relativamente ao número de casos confirmados de infeção com o SARS-CoV-2 desde o início do surto, contabilizavam-se em Portugal 29.912 casos na véspera, mas com as 288 novas infeções o total subiu para 30.200.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Portugal é agora um dos 30 países com mais casos confirmados de infeção com o novo coronavírus — às 14h20, de acordo com o portal Worldometers, era o 28.º —, um dos 30 países com mais casos confirmados por milhão de habitantes — o 27.º, de acordo com as mesmas contas — e uma das 25 nações com mais mortes por milhão de habitantes (21.º, à mesma hora).

Já o número de vítimas mortais desde o início do surto aumentou de 1.277 para 1.289, com os 12 óbitos registados durante o dia de quinta-feira.

Filomena Martins sobre boletim da DGS: “Passámos a faixa vermelha. É o quinto dia que nos aproximamos dos 300 casos”

Para o número elevado de casos de infeção detetados e reportados oficialmente também contribuirá a política de testagem em Portugal, que era, às 14h25 de esta sexta-feira, o 20.º país com mais testes realizados e o 16º com mais testes feitos por milhão de habitantes.

Recuperados disparam: mais de mil num dia. Internamentos continuam a baixar

Uma das grandes alterações que o boletim divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde revela é um aumento muito significativa do número de doentes recuperados em Portugal. Os novos dados apontam para mais 1.138 pessoas que recuperaram da doença em apenas 24 horas, um aumento percentual de 17,6% que eleva o número total de pacientes recuperados para 7.590.

Outro dos dados que registou um aumento muito significativo em Portugal nas últimas 24 horas foi o de contactos em vigilância (monitorização de pessoas com quem pacientes infetados contactaram) pelas autoridades de saúde. Eram 22.741 e passaram a ser 26.198 — o que significa um aumento percentual de 15,2% em apenas um dia. Já a taxa de letalidade mantém-se inalterável: 4,27%.

Número de casos positivos na Sonae da Azambuja sobe para 76. Há outras duas empresas com Covid-19

Em sentido contrário, voltaram a diminuir os números de pessoas hospitalizadas e internadas em unidades de cuidados intensivos do país.

O número de hospitalizações voltou a baixar e, à meia-noite de quinta-feira para esta sexta-feira, era já inferior a seis centenas — o total de pacientes em hospitais por Covid-19 desceu de 608 para 576, o que significa menos 32 pessoas internadas, uma diminuição percentual de 5,3%.

Também o número de internados em unidades de cuidados intensivos continua a cair: eram 92 segundo o boletim divulgado na véspera, passaram a 84, o que significa menos oito pacientes em UCI no país — uma diminuição de 8,7%. Este é o número mais baixo de pessoas internadas nestas unidades hospitalares, dedicadas ao tratamento de casos de doença grave, desde 27 de março — ou seja, é o mais baixo em quase dois meses de evolução da pandemia.

DGS: Lisboa e Vale do Tejo é a região que apresenta maior crescimento de casos

Cinco dos 12 mortos tinham entre 70 e 79 anos, dois tinham entre 40 e 49

O número de vítimas mortais registado nas últimas 24 horas em Portugal também traz um dado relevante: dos 12 óbitos, dez foram de pessoas com menos de 80 anos. Houve registo de duas mortes nessa faixa etária — de 80 anos ou mais —, que contrastaram com um aumento mais significativo de cinco mortes em pessoas dos 70 aos 79 anos. Nesta última faixa etária, o número de vítimas mortais em Portugal desde o início do surto subiu de 246 para 251.

O que os valores acima mencionados significam é que das 12 mortes por Covid-19 registadas em Portugal esta quinta-feira, sete foram de pessoas com mais de 70 anos e cinco de pessoas com menos de 70 anos. Destas últimas, três tinham entre 60 e 69 anos (o valor total de óbitos nestas idades subiu assim de 113 para 116) e duas tinham entre 40 e 49 anos. Nesta última faixa etária há agora registo de 15 mortes por Covid-19 em Portugal.

Continua a não haver vítimas mortais com menos de 20 anos em Portugal e a haver ao todo uma vítima mortal no país com menos de 40 anos. Assim, na faixa etária dos 20 aos 29 anos mantém-se o registo de um óbito (em 3.806 casos confirmados de infeção) e continua a não haver óbitos em doentes dos 30 aos 39 anos.

Sim, o novo coronavírus pode estar a tornar-se mais infeccioso. Bom para a imunidade de grupo, péssimo para encontrar uma vacina

Um em cada cinco infetados com 80 anos ou mais morre

A taxa de letalidade oficial — número de mortos por casos confirmados de infeção — é agora de 19,6% em pessoas com mais de 80 anos (o que significa que morrem um em cada cinco infetados), 10,1% em pessoas com 70 a 79 anos e de 3,5% em pessoas com 60 a 69 anos.

A letalidade cai a pique em pessoas com 50 a 59 anos (0,8%), 40 a 49 anos (0,3%), 30 a 39 anos (0%), 20 a 29 anos (0,03%), 10 a 19 anos (0%) e até dez anos (0%), em especial se for tido em conta que a taxa de calcula os óbitos em função das infeções detetadas pelas autoridades de saúde, a quem se estima que escape uma percentagem significativa de infeções leves em que pacientes não desenvolvem sintomas agudos de doença.

Dos 12 óbitos por Covid-19 registados esta quinta-feira em Portugal, oito (dois terços) foram de doentes da região Norte, três de doentes da região de Lisboa e Vale do Tejo e um de um doente da região Centro.

Hidroxicloroquina. As dúvidas, os riscos e as polémicas do medicamento que também está a ser usado em Portugal

Número de casos dispara em Loures, Sintra, Odivelas e Amadora

A região Norte continua a ser a mais afetada pela pandemia do novo coronavírus em Portugal, apesar de o número de infeções ter disparado na região de Lisboa e Vale do Tejo nas últimas horas (com quase oito em cada dez novas infeções detetadas no país a ocorrerem em pessoas de Lisboa e Vale do Tejo).

A região Norte contabiliza agora 16.596 casos confirmados de infeção, mais 56 (0,3%) do que na véspera. Já em Lisboa e Vale do Tejo foram já confirmados 9.106 casos de infeção, mais 228 (2,6%) do que na véspera. O aumento do número de infeções foi, percentualmente, muito inferior em outras regiões do país face a Lisboa e Vale do Tejo, como foi o caso da região Centro (mais 0,1%), Sul (0,3%) e Alentejo (0,4%). Açores e Madeira não registaram mesmo qualquer novo infetado nas últimas 24 horas: mantêm-se respetivamente com 135 e 90 casos confirmados.

Se a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou um maior aumento do número de casos de infeção nas últimas horas, quer em valores absolutos (228) quer em percentagem (2,6%), isso deveu-se à propagação a um ritmo superior da pandemia no concelho de Lisboa — mais 31 casos confirmados — mas sobretudo nos concelhos (menos afetados até aqui) de Loures (mais 56 casos), Sintra (mais 49), Odivelas (mais 24) e Amadora (mais 17).

Os concelhos do país com maior número de infeções continuam a ser Lisboa (tem agora 2.107), Porto (1.337) e Vila Nova de Gaia (1.535), o que também se justifica pela maior densidade populacional (número de habitantes) destes concelhos.