A companhia aérea low cost Ryanair considerou, na quinta-feira, que as denúncias, sobre ameaças de cortes salariais e despedimentos, feitas pelo Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil “são falsas”, acrescentando que apresentou “propostas sensatas e razoáveis”.

“As denúncias feitas pelo Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) em relação aos salários das equipas da Ryanair são falsas. As tripulações da Ryanair em Portugal recebem até 40.000 euros por ano, que excede em muito os valores praticados no mercado local”, explicitou, em comunicado divulgado na noite de quinta-feira, a companhia aérea.

A low cost Ryanair acrescentou que apresentou “propostas sensatas e razoáveis” ao sindicato e espera o empenho desta estrutura para “mitigar despedimentos nas tripulações em Portugal”.

O SNPVAC denunciou, na quinta-feira, ameaças de cortes salariais “desajustados” e despedimentos aos trabalhadores da companhia aérea low cost Ryanair, “aproveitando-se” da pandemia, e pediu uma intervenção estatal.

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“A empresa irlandesa está claramente a aproveitar-se de toda a conjuntura da pandemia de coronavírus à custa dos seus colaboradores, nomeadamente dos tripulantes de cabine”, afirma o sindicato, em comunicado esta quinta divulgado, acusando a Ryanair de implementar uma “política de medo” junto dos seus tripulantes de cabine ameaçando despedimentos e o não pagamento dos salários de março.

O sindicato já pediu uma audiência aos grupos parlamentares, à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e ao ministro das Infraestruturas e da Habituação para expor esta situação.

“Por considerar que o momento é delicado e que é necessária uma intervenção rápida, foram já apresentadas queixas à ACT — Autoridade para as Condições do Trabalho —, dando conta que a empresa irlandesa ainda não efetuou o pagamento das horas de voo referentes ao mês de março e a Segurança Social”, acrescenta no comunicado.

Segundo o SNPVAC, vários sindicatos europeus que representam trabalhadores da Ryanair tinham avisado a companhia de que só iam discutir a retoma de atividade – interrompida por causa da pandemia do novo coronavírus que levou muitos países a decretar o recolhimento das populações, impedidas assim de voar – depois de enviada uma proposta escrita “com dados objetivos”, e é nessa proposta da companhia que surgiram ameaças de “cortes salariais desajustados e, até mesmo, despedimentos”.

O sindicato conta já ter respondido à Ryanair, acerca dessa proposta, recordando a companhia de que “nunca irá negociar” despedimentos, nem cortes salariais, refutando “toda a sua demagogia” e “desmistificando” os cortes salariais de 10% propostos, que diz serem na realidade de cerca de 30%.