As últimas palavras de George Floyd, o afro-americano que morreu após um polícia de Minneapolis lhe pressionar o pescoço com o joelho durante vários minutos, têm sobrevoado os céus de cinco cidades dos Estados Unidos. Com os protestos contra o racismo a espalharem-se pelo país, o artista Jammie Holmes encontrou uma forma de imortalizar os pedidos de ajuda de Floyd, lançando banners em aviões.

As frases “Por favor, não consigo respirar” e “Eles vão matar-me” pairavam sobre as cidades de Detroit e de Nova Iorque, respetivamente. Nos outros banners, que voaram por Los Angeles, Miami e Dallas, estavam outras três frases ditas por George Floyd momentos antes de morrer: “Dói-me o estômago”, “Dói-me o pescoço” e “Dói-me tudo”.

View this post on Instagram

In response to the recent murder of George Floyd by Minneapolis Police, I initiated a public demonstration that extended across 5 cities on Saturday, May 30 between the hours of 11:30 AM and 9 PM EST. Airplanes with banners presenting Floyd’s final words connected these places across the United States to support Minneapolis in a national protest against police brutality within the African American community.⁠⠀ ⁠⠀ DETROIT: PLEASE I CAN’T BREATHE. ⁠⠀ MIAMI: MY STOMACH HURTS. ⁠⠀ DALLAS: MY NECK HURTS. ⁠⠀ LOS ANGELES: EVERYTHING HURTS. ⁠⠀ NEW YORK: THEY’RE GOING TO KILL ME.⁠⠀ ⁠⠀ This presentation is an act of social conscience and protest meant to bring people together in their shared incense at the inhumane treatment of American citizens. The deployment of Floyd’s last words in parts of its whole across the country underlines a need for unity and the conviction that what happened to George Floyd is happening all over America.⁠⠀ ⁠⠀ Like countless silenced and fearful young black men, I have been the victim of police misconduct on a number of occasions in my life. At some point, they will realize they can’t kill us all.⁠⠀ ⁠⠀ Thank you to my gallery, Library Street Collective, for their generous support.⁠⠀ ⁠⠀ #BlackLivesMatter #JusticeForGeorgeFloyd #JammieHolmes #JHolmes @LibraryStreetCollective #LibraryStreetCollective⁠⠀ Photos by @hayden__scott, Andre De Aguilar, Mark LaBoyteaux, @ItsSlickRick, @suekwon_

A post shared by Jammie Holmes (@jholmes214) on

De acordo com a CNN, o artista diz que a iniciativa foi inspirada pela “necessidade de união e compreensão de que aquilo que aconteceu com George Floyd está a acontecer por toda a América”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“As nossas mães estão a enterrar-nos demasiado cedo. A minha noiva não devia preocupar-se sempre que eu saio de casa sozinho. Sim, eu carrego uma arma comigo, Sr. Polícia. Carrego-a para proteger-me de si seja como for necessário. A certa altura, vão perceber que não podem matar-nos a todos”, refere Jammie Holmes.

O artista afro-americano, que diz já ter sido vítima de discriminação racial por parte das forças policiais por várias ocasiões, é mais conhecido pelas suas pinturas que ilustram o dia a dia da comunidade negra no sul dos EUA e exploram o legado do racismo nesta região.

Desta vez, Holmes decidiu trocar a tela pelos céus, num “ato de protesto e de consciência social”, como descreve. A opção artística serviu para “contrastar com o ruído dos media digitais” e “empregar um forma de comunicação que é frequentemente utilizada por aqueles de maior privilégio para anunciar eventos desportivos, pedidos de casamento ou promover o consumo”.

Este meio “é raramente utilizado para questões políticas ou sociais, porque não está disponível aos mais pobres ou marginalizados”, defendeu.