O BE defendeu esta sexta-feira que a resposta à crise pandémica também tem de ter soluções para a crise climática, considerando que a alternativa passa por criar emprego que responda às necessidades sociais, com um “modelo mais robusto”.

No Dia Mundial do Ambiente, decorre esta manhã no parlamento um debate de urgência sobre “Justiça climática e saída para as crises”, que conta com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.

Há quem diga que este não é o momento para ter preocupações ambientais. Engana-se: estará a construir novamente um castelo de cartas à espera do vendaval da próxima crise”, avisou o deputado do BE Nelson Peralta.

Na perspetiva dos bloquistas, “a resposta à crise provocada pela pandemia tem que responder também à crise climática”.

“A alternativa é criar emprego que responda às necessidades sociais e à crise climática. Um modelo mais robusto que garante que o emprego não é destruído na próxima crise cíclica. Emprego para sair da crise, para garantir direitos sociais e para salvar o planeta”, defendeu.

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Segundo Nelson Peralta, “o mercado criou o problema e não o resolverá”, sendo por isso urgente “mudar o sistema para não mudar o clima”.

O BE recusa jogar “no campeonato das soluções falsas” uma vez que “dizer que o problema é apenas de comportamento individual é tentar apagar a dimensão sistémica da crise climática”.

“O caminho para a neutralidade carbónica não é socialmente neutro e nós escolhemos uma sociedade mais solidária e igualitária”, assinalou.

Nelson Peralta apontou “as lições da crise financeira de 2008”, ou seja, que “a austeridade aprofundou a própria crise, as desigualdades e a pobreza”.

“A crise Covid-19 levou a uma redução drástica de emissões, mas a solução não são intervalos na poluição, precisamos de mudanças estruturais”, defendeu.

Assim, para os bloquistas, num “momento em que o relançamento económico será feito com fundos públicos”, não se pode “repetir os erros do passado”.

“Precisamos de uma transição ecológica e energética que crie emprego para as necessidades da sociedade e do planeta: nas energias renováveis, na habitação, nos serviços públicos, na segurança alimentar, na proteção da biodiversidade”, concluiu.