O Tribunal Central de Instrução Criminal levantou a proibição do presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes (PS), de falar com os funcionários municipais, anunciou esta segunda-feira o Partido Socialista local.

Em nota publicada na sua página na rede social Facebook, o PS “saúda o restabelecimento da total normalidade na gestão da Câmara Municipal de Barcelos” e “reitera a sua convicção” de que o processo de que Costa Gomes foi alvo “resultará numa mão cheia de nada”.

Em causa está a Operação Teia, relacionada com alegados favorecimentos às empresas da mulher do ex-presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, a troco de favores políticos.

Miguel Costa Gomes esteve em prisão domiciliária durante cerca de quatro meses, com pulseira eletrónica, indiciado dos crimes de corrupção passiva e de prevaricação. O juiz de instrução criminal proibiu-o ainda de contactos com funcionários municipais.

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Em outubro de 2019, a Relação deu provimento ao recurso do autarca e determinou a sua restituição à liberdade, prescrevendo-lhe a prestação de uma caução de 20 mil euros. No entanto, manteve a proibição de contactos com funcionários.

Agora, e segundo o PS de Barcelos, também liderado por Costa Gomes, o autarca volta a poder contactar com funcionários, ficando apenas sujeito a termo de identidade e residência, a mais leve das medidas de coação.

Para o PS, o levantamento da proibição de contactar com funcionários “só demonstra a fragilidade de todo o processo”.

“Aos poucos, os barcelenses vão percebendo que o presidente da Câmara Municipal de Barcelos foi alvo de um processo iminentemente político”, lê-se na publicação do PS.

“O Partido Socialista aguarda, como sempre assumiu, com total serenidade, o desenvolvimento do processo e mantém plena confiança na inocência do presidente da Câmara Municipal, Miguel Costa Gomes”, conclui.

Na Operação Teia, e além de Costa Gomes, são ainda arguidos o entretanto demissionário presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, e a mulher, a empresária Manuela Couto.

O outro arguido é o ex-presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Laranja Pontes, que entretanto se reformou.