“O Liverpool não tem jogado aquilo a que chamamos ‘bem’ desde que a Premier League recomeçou”. A frase, escrita pelo escritor Ryan O’Hanlon no Twitter durante o intervalo do jogo entre o Liverpool e o Brighton, acaba por descrever aquele que tem sido o percurso da equipa de Jürgen Klopp desde que o futebol voltou em Inglaterra. Em cinco jogos e à entrada para a jornada desta quarta-feira, os reds levavam um empate e uma derrota, duas vitórias e apenas uma boa exibição global, contra o Crystal Palace. Pelo meio, conquistaram a liga inglesa 30 anos depois da última vez.

Foi neste contexto que Klopp, na antevisão da visita ao Brighton, garantiu que a equipa estava “pronta” — ressalvando, porém, que é sempre necessário “esperar até ver os jogadores em campo”. “É um bocadinho como isto: quando fazemos um jogo e sei que em três dias temos outro, nunca consigo evitar pensar imediatamente no onze. Mas sei que não faz sentido (…) Claro que eles vão estar prontos mas o período intenso é para todos. O problema é que é três dias, três dias, três dias e só temos dois dias entre os jogos, mais as viagens. Não é bom mas é igual para todas as equipas”, disse o treinador alemão, na mesma declaração em que garantiu que Adam Lallana não vai voltar a jogar pelo Liverpool para “não arriscar o futuro” do avançado.

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Depois de uma vitória muito cinzenta contra o Aston Villa, o Liverpool visitava o Brighton e Klopp voltava a fazer alterações ao onze tipo da equipa: se na jornada anterior poupou Wijnaldum e Henderson, nesta poupou Fabinho; se na jornada anterior poupou Roberto Firmino, nesta poupou Mané. Às duas saídas, compensadas com as entradas de Oxlade-Chamberlain e Keita, juntava-se ainda a ausência de Robertson das opções iniciais, com o lateral esquerdo escocês a ser substituído pelo jovem Neco Williams.

Depois de passar sete horas e 47 minutos sem marcar qualquer golo fora de casa para todas as competições, o Liverpool marcou duas vezes no espaço de 127 segundos e só precisou de oito minutos para ficar a ganhar por dois golos de vantagem. Em dois lances em que a defesa do Brighton facilitou e abriu a porta à baliza de Mat Ryan, Salah abriu o marcador (6′) e Henderson aumentou o resultado, com um bom remate de fora de área (8′). Longe de ser asfixiante, a equipa de Jürgen Klopp mantinha o controlo sobre as situações e o Brighton só conseguiu começar a responder depois da primeira pausa para hidratação, altura em que Graham Potter se preocupou em dar indicações aos jogadores. Ainda antes do intervalo, Trossard acabou por finalizar uma boa jogada do ataque da conjunto do sul de Inglaterra (45′) e levou o Brighton para a segunda parte com a ideia de que ainda poderia discutir o resultado.

Ao intervalo, Klopp lançou desde logo Robertson, para tirar Neco Williams, e à hora de jogo fez Fabinho e Mané regressarem ao relvado. O Brighton não desistiu e continuou a procurar chegar perto da baliza de Alisson, até porque o movimento defensivo dos reds não era o mais acutilante e assertivo, mas o Liverpool fechou o resultado com um golo de cabeça de Salah a cerca de um quarto de hora do apito final (76′).

Como disse Ryan O’Hanlon, o Liverpool não está a jogar propriamente bem. Mas continua a ser a melhor equipa do mundo a aproveitar os erros dos adversários para alavancar vitórias: e enquanto assim for, vai continuar a cumprir calendário sem perder a conta aos dias. Mesmo que jogue em “três dias, três dias, três dias”.