A UGT alertou esta sexta-feira para a possibilidade de agravamento do desemprego nos próximos meses dado que as empresas que recorreram ao layoff só precisam de manter o emprego nos 60 dias seguintes ao apoio.

Na resolução aprovada na reunião do seu secretariado nacional, a central sindical lembrou que o Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que, de janeiro a maio deste ano, se tenham perdido mais de 200 mil empregos.

E não podemos deixar de alertar ainda para o que poderá ser o impacto severo no desemprego daqui a uns meses”, disse a UGT no documento.

A central defendeu, a propósito, “a necessidade de uma comunicação mais transparente por parte dos responsáveis políticos, incluindo o próprio Governo, os quais têm a responsabilidade de dar um retrato mais abrangente da evolução” do mercado de trabalho.

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Para a UGT, não devem ser minimizados “indicadores basilares como a população inactiva/desencorajada que nem sequer procura emprego – que tem vindo a aumentar – ou ainda o emprego, o qual regista uma redução muito alarmante”.

Ou já esqueceram que a proteção do emprego existente neste quadro excecional se prolonga apenas 60 dias para além do layoff simplificado? Ou que há ainda milhares de precários que estão de fora daquela proteção?”, questionou a UGT.

Considerou ainda urgente retomar a discussão sobre a valorização dos salários, sobretudo porque, “numa crise que afeta todo o mundo, os salários, por via da dinamização do mercado interno, desempenharão um papel fundamental”, não apenas para os trabalhadores, mas para a retoma da economia.

Não podemos continuar focados apenas no imediato, e os parceiros sociais têm de ser envolvidos de forma continuada e consequente na elaboração, implementação e acompanhamento do plano de retoma económica que se encontra a ser construído”, diz a resolução.