“Por favor, não dispare. Acabei de perder a minha mãe. Não sou esse tipo de pessoa, não sou um mau tipo. Assim vou acabar por morrer.” Ao longo de quase nove intensos minutos, filmados com a câmara de corpo de um dos polícias, George Floyd é detido pela polícia sendo acusado de não estar a cooperar e estar a resistir à detenção. O episódio culminou com um dos agentes a colocar o joelho em cima do pescoço do homem, provocando-lhe lesões fatais – uma morte que desencadeou protestos contra os casos de violência policial e racial nos EUA. A filmagem inédita, obtida pelo Daily Mail, não é aconselhável a pessoas mais sensíveis.

As filmagens mostram um George Floyd aterrorizado e quase a chorar logo desde o primeiro momento em que foi abordado pela polícia, com arma apontada.

No vídeo, pode ver-se que o polícia usou uma lanterna para bater no vidro do carro onde George Floyd estava estacionado, depois de uma queixa de uma loja de conveniência de que teria usado uma nota falsa para pagar uma compra. Assim que Floyd abre o vidro, é-lhe apontada uma arma à cabeça, momento em que o suspeito começa a implorar que não o alvejassem, quase chorando e levando os polícias, a dada altura, a perguntar se estava sob a influência de alguma substância.

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Quando é retirado do carro, algemado, Floyd continua a mostrar que está instável: a sua ex-mulher explicou, mais tarde, que o homem estava a sofrer de problemas mentais e que tinha medo da polícia. Incapazes de colocar Floyd no banco de trás do carro – enquanto este dizia que tinha ansiedade e claustrofobia – os agentes acabaram por dominar o homem colocando um joelho em cima do pescoço ao longo de nove minutos, enquanto Floyd repetia que não estava a conseguir respirar.

O incidente, ocorrido a 25 de maio, originou uma onda de protestos nos EUA (e não só) contra a violência policial e o racismo que os manifestantes garantem que continuam a sofrer no país. O vídeo, que mostra os agentes policiais a gritar palavrões a George Floyd, levando-o a ficar ainda mais perturbado, só foi visto em tribunal – juízes de Minneapolis tiveram acesso à transcrição e ao vídeo mas determinaram que este não poderia ser divulgado publicamente.

Já anteriormente tinha sido divulgada uma transcrição de um vídeo gravado pela câmara de outro polícia onde se ouve o detido a avisar 20 vezes que não conseguia respirar.

Transcrição policial diz que George Floyd avisou cerca de 20 vezes que não conseguia respirar