Da ideia à concretização foram realizados diversos testes. Cooperação ao máximo que juntou a comunidade académica, científica e empresarial num projeto já acreditado a nível internacional.

Mas o que tem de diferente esta máscara e como consegue proteger-nos do vírus? O segredo está no revestimento inovador que neutraliza o SARS-CoV-2 quando este entra em contacto com o tecido.

Este novo produto, com assinatura da marca MO, foi desenvolvido em têxtil técnico com várias camadas distintas. Assim as máscaras são repelentes à água e, ao mesmo tempo, confortáveis, o que facilita em muito a sua utilização. Outra das grandes vantagens é o facto de ser reutilizável, permitindo proteger não só os seus utilizadores, mas também o ambiente, uma vez que minimiza a produção diária de resíduos e, consequentemente, elimina potenciais focos de contaminação. Dessa forma o nível de proteção aumenta, efeito que se mantém mesmo ao fim de 50 lavagens. Um estudo feito pela Modint (o equivalente holandês do Citeve) sobre o pegada ecológica de 1000 máscaras reutilizáveis (50 utilizações) vs. 50.000 máscaras descartáveis revela que a pegada ecológica de uma máscara reutilizável é 91% menor do que uma máscara descartável.

Assume uma referência mundial

Pedro Simas, investigador e virologista do Instituto de Medicina Molecular (iMM), coordenou os testes que qualificam o tecido como tendo propriedades antivirais. Ao Observador LAB, explicou que os testes, realizados pela sua equipa, composta pelas investigadoras Andreia Mósca e Marta Pires de Miranda, consistiu em expor 200 mil doses infeciosas de vírus ao tecido da máscara em contacto com a pele. “Quantificamos ao final de 0 minutos, 30 minutos, 60 minutos e 24 horas, a percentagem de inativação da infecciosidade do vírus”, especificou destacando que se observou uma redução viral de 99% ao fim de uma hora de contacto com o vírus.

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“A prioridade foi encontrar uma solução que contribuísse para a proteção das pessoas e da saúde pública”

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1) Fale-nos um pouco sobre a aposta na inovadora máscara MOxAd-Tech, a primeira máscara capaz de inativar o novo coronavírus:
A MO é uma marca que tem como objetivo disponibilizar moda acessível a toda a família. Com as primeiras notícias sobre a pandemia, identificámos a necessidade de proporcionar o acesso das famílias a equipamentos de proteção pessoal de elevada qualidade e de forma economicamente eficiente, ajudando a promover a saúde pública.

2) E foi neste enquadramento que surgiu a máscara MOxAd-Tech…Juntando as competências de desenvolvimento de produto da MO às da fabricante Adalberto, que foram reforçadas com o suporte do Citeve, do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes e da Universidade do Minho.  Agora, os testes do iMM vieram comprovar também que a MOxAd-Tech tem a capacidade de inativar o vírus que causa a COVID-19, uma inovação a nível mundial.

3) Quais são as principais vantagens?
São desenvolvidas em têxtil técnico com várias camadas distintas, as máscaras são repelentes à água e confortáveis, o que facilita a sua utilização. Outra das grandes vantagens deste produto inovador é o facto de ser reutilizável, permitindo proteger não só os seus utilizadores, mas também o ambiente, uma vez que minimiza a produção diária de resíduos e, consequentemente, elimina potenciais focos de contaminação. Um dos problemas ambientais crescentes em Portugal é o lixo provocado pelas máscaras descartáveis. Sempre que saímos à rua vemos máscaras descartáveis espalhadas no chão quando deviam ser depositadas nos caixotes e alvo de um tratamento apropriado. É um outro problema que a MOxAd-Tech ajuda a resolver.

 

4) Este projeto, que juntou a comunidade empresarial, científica e académica pretende ser uma referência, até a nível mundial?
A prioridade de todos os parceiros foi, desde a primeira hora, criar uma solução que contribuísse para a proteção das pessoas e da saúde pública. Queríamos também criar um produto que conciliasse os melhores níveis de proteção com um preço que fosse acessível para as famílias. E foi isso que conseguimos criar! A máscara MOxAd-Tech oferece o mais elevado nível de proteção a nível mundial e está disponível por 10 euros, sendo certificada para 50 lavagens.

 

5) É um projeto inteiramente português e isso é ainda mais uma satisfação para a MO?
Sem dúvida! Este projeto conseguiu juntar a marca portuguesa líder no retalho de moda (MO), com um fabricante inovador (Adalberto), um centro de investigação de produto têxtil (Citeve), um centro de investigação especializado em vírus e pandemias (iMM) e uma universidade com provas dadas na área de inovação no têxtil (Universidade do Minho). Esta é uma prova de que a inovação aberta ajuda a criar vantagens competitivas e deverá ser incentivada pelo Estado. A cooperação entre os mundos empresarial, académico e científico é crucial para a competitividade da nossa economia a longo prazo.

6) Quais são os resultados esperados com esta aposta na inovação em nome da prevenção?
A MO pertence ao grupo Sonae, que tem como missão criar valor económico e social a longo prazo, levando os benefícios do progresso e da inovação a um número crescente de pessoas. É isso que estamos a fazer.

O nosso maior objetivo neste projeto foi contribuir para a salvaguarda da saúde pública. Sabemos que a utilização de máscara salva vidas.

O sucesso da MOxAd-Tech já ultrapassou fronteiras e tem recebido um grande interesse a nível internacional, tendo já sido exportada para sete países. Já foram produzidas mais de 1 milhão de máscaras, o que também teve um impacto ao nível do emprego, pois permitiu às empresas nacionais fabricantes continuar a desenvolver a sua atividade e preservar postos de trabalho.

Entrevista a Diana Pinto, Diretora de Marketing e E-commerce MO

Para o virologista esta máscara é realmente inovadora e “pela sua singularidade, a inativação viral química certificada pela OEKO-TEX, assume referência mundial”.

Os resultados esperados, no plano da prevenção, são bastante animadores. “No que diz respeito à proteção física do vírus a máscara tem certificação de nível 2 para retenção de partículas, e por essa característica, como todas as máscaras com a mesma certificação, tem um papel preponderante na prevenção da disseminação do SARS-CoV-2”, atestou.

Um projeto aberto à comunidade

Estas máscaras inovadoras apresentam-se agora ao público com a marca MO, que integra o grupo Sonae, e que trabalha o retalho têxtil há mais de 25 anos. Seguindo sempre uma linha de modernidade a MO, que faz parte do universo de marcas da Sonae Fashion, quis oferecer ao público um produto único, naquele que encaram ser um projeto aberto à comunidade. “Estamos cientes da importância deste projeto para a comunidade e orgulhosos por, em conjunto com os nossos parceiros, estarmos a cumprir a missão da Sonae de levar os benefícios do progresso e da inovação a um número crescente de pessoas”, referiu a propósito, Francisco Pimentel, administrador da MO.

Onde comprar?

De destacar ainda que as máscaras MOxAd-Tech – inovação que resultou da cooperação entre a fabricante Adalberto, a retalhista de moda MO da Sonae Fashion, o iMM, o centro tecnológico CITEVE, e a Universidade do Minho -, apresentam também características antimicrobianas, com eficácia comprovada contra vírus e bactérias. Com certificação OEKO-Tex, comprova a ausência de produtos químicos nocivos durante o processo de fabrico, o que significa que é inofensivo em termos ecológicos humanos. Para além de todas estas características realça-se ainda o facto de ser certificada para a proteção respiratória de partículas externas, conferida pela elevada capacidade de retenção de partículas da fibra/malha.

Desde abril que estas máscaras inovadoras estão disponíveis, por 10 euros, nas mais de 120 Lojas MO e no site internacional da marca www.mo-online.com. Pode, ainda, encomendá-las para toda a União Europeia, uma vez que a marca já vende para 28 países.

Está também disponível nas Lojas Continente e Well’s. De futuro, estará também disponível para ser distribuído por outras insígnias e retalhistas em Portugal e no exterior.