Os médicos de família lamentaram esta segunda-feira publicamente as declarações do primeiro-ministro numa conversa privada nas quais chama “cobardes” aos médicos envolvidos no caso do surto do lar de Reguengos, considerando-as “extemporâneas, infundadas e altamente lesivas da dignidade dos médicos de família”.

A Direção Nacional da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) lamenta publicamente as recentes declarações do Senhor Primeiro-ministro, relacionadas com a conduta dos médicos integrados nos quadros da Administração Regional de Saúde do Alentejo e que cuidaram de doentes com COVID-19 internados no Lar de Reguengos de Monsaraz. Em simultâneo, mostra total apoio aos colegas diretamente envolvidos na gestão deste difícil contexto de prestação de cuidados de saúde”, lê-se num comunicado da associação, esta segunda-feira divulgado.

Em causa está um pequeno vídeo, de sete segundos, que circula nas redes sociais, que mostra o primeiro-ministro, António Costa, numa conversa privada com jornalistas do Expresso alegadamente chamando “cobardes” a médicos envolvidos no caso do surto de Covid-19 em Reguengos de Monsaraz.

A história do vídeo em que Costa chama “cobardes” aos médicos. Quando saiu? Quem o cortou? Que consequências terá?

“A APMGF considera extemporâneas, infundadas e altamente lesivas para a dignidade dos médicos de família as declarações do Senhor Primeiro-ministro. Consideramos fundamental a união de todos os interlocutores no sector da saúde, na defesa da melhoria da prestação dos cuidados à população”, defendem os médicos de família.

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar acrescenta que estes clínicos “são essenciais à prestação de cuidados de saúde e indispensáveis na resposta organizada à situação especialmente preocupante” que o país vive.

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