Já três pessoas morreram em Sevilha na sequência do vírus do Nilo Ocidental, que está a afetar a região da Andaluzia, em Espanha. A última vítima mortal, um homem de 70 anos, registou-se na passada sexta-feira. Os outros dois óbitos aconteceram há cerca de duas semanas e dizem respeito a uma mulher de 85 anos e um homem de 77, oriundos das localidades Coria del Río e La Puebla del Río, na província de Sevilha.

O El País escrevia esta sexta-feira que há 33 pessoas infetadas e 14 hospitalizadas, enquanto o El Mundo recordava que nos últimos dez anos o Centro Nacional de Epidemiologia espanhola apenas registou 7 casos associados a este vírus no país.

Marta Díaz, especialista em doenças infecciosas e medicina tropical, afirmou à TSF que é “completamente plausível que esta doença se possa desenvolver em qualquer ponto da Península Ibérica”, a qual está “presente na Europa de forma importante há muitos anos”. O último surto, acrescentou ainda, aconteceu em 2018 e atingiu países como Itália, Grécia e Roménia.

Febre do Nilo Ocidental chegou mais cedo à Europa, em 2018. Já fez 17 mortos

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A 25 de agosto, o Público dava conta de um cavalo infetado com o vírus do Nilo em Portugal, uma situação considerada normal por Maria João Alves, coordenadora da Rede de Vigilância de Vectores (Revive).

Já antes o Observador escreveu que o vírus do Nilo é transmitido por um mosquito bastante comum na região da bacia do rio Guadalquivir — mas não se transmite de pessoa para pessoa. Este ano, talvez como resultado da pandemia, há mais 30% de mosquitos na zona de Coria del Río e La Puebla del Río do que em anos anteriores. Como choveu na primavera e as pessoas não andavam no campo, acumularam-se mais poças de água parada onde os mosquitos depositam os ovos.

Os habitantes da região da Andaluzia estão aconselhados a usar repelente para evitar as picadas, a evitar os passeios durante o nascer e pôr do sol, quando a atividade dos mosquitos é maior, a usar magas compridas e redes mosquiteiras.

De acordo com a DGS, o vírus do Nilo Ocidental é “transmitido pelo mosquito Culex” e foi isolado pela primeira vez em 1937, na província do Nilo ocidental, Uganda. “A doença não se transmite diretamente de humano a humano, mas de mosquito – ave – mosquito – humano.”

A Organização Mundial de Saúde, citada pela Agência Lusa, estima que 80% das pessoas infetadas sejam assintomáticas — 20% apresenta sintomas, sendo que o diagnóstico mais severo resulta em encefalite ou meningite, o que pode causar danos cerebrais ou até mesmo a morte.