Primeiro o Feirense-Desp. Chaves, depois o Ac. Viseu-Académica. Dois dos primeiros três jogos da jornada de arranque da Segunda Liga pouco mais de seis meses depois da sua suspensão acabaram adiados para uma data a definir, sendo que o segundo foi decidido com uma margem de quase 12 horas e o primeiro acabou por ser vetado 24 minutos depois da hora marcada para o seu início. E foi esse pormenor também que levou a Liga de Clubes a convocar uma reunião de emergência com todos os clubes das competições profissionais para a manhã deste sábado (10h), até como preparação do encontro que haverá na próxima segunda-feira com a DGS.

DGS obriga Liga a adiar Feirense-Chaves (II Liga) em cima da hora devido a casos positivos

Comecemos pelos casos conhecidos esta sexta-feira. No Ac. Viseu-Académica, e para evitar mais uma “novela”, o processo foi prático e célere: os jogadores da equipa da casa fizeram os habituais testes de despistagem, foram encontrados três casos positivos e o responsável da ACES Dão Lafões, já em sintonia com a DGS, determinou que os viseenses não deveriam ir a jogo, até pela situação que se vive atualmente no concelho com um quadro atual de transmissão comunitária ativa – factor também salvaguardado na última orientação divulgada pela DGS que colocou o futebol, como as principais modalidades de pavilhão por exemplo, com um “risco médio”.

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Antes, no Feirense-Desp. Chaves, o filme foi diferente. Conforme está previsto no ponto 8 do Plano de Retoma do Futebol Profissional, os dois plantéis fizeram testes 48 horas antes do encontro e, esta manhã de sexta-feira, dia de jogo, os transmontanos anunciaram a existência de quatro casos positivos, dois em jogadores (Samu e Raphael Guzzo) e dois em treinadores adjuntos (Pedro Machado e Tiago Castro), mas seguiram na mesma para Santa Maria da Feira para fazer a estreia na Segunda Liga. E porquê? Porque as autoridades não terão feito qualquer alusão à necessidade de haver uma quarentena ou um isolamento profilático aos restantes elementos, como aconteceu esta semana por exemplo no jogo dos Sub-21 de Portugal frente à Bielorrússia.

Jogo da Seleção Sub-21 frente à Bielorrússia adiado por existência de casos positivos de Covid-19

Assim, tudo correu com a maior das normalidades: a equipa orientada por Carlos Pinto seguiu viagem, chegou ao estádio uma hora e meia antes do jogo, equipou-se, fez o habitual aquecimento, entrou em campo mas, quando o encontro estava prestes a iniciar-se, houve uma indicação da Liga de Clubes para haver um compasso de espera depois de ter sido comunicado ao órgão por parte da ACES do Alto Tâmega e Barroso que não estavam reunidas as condições para que houvesse jogo. “A Liga Portugal, e apesar de existirem condições para a realização do jogo, segundo o Plano de Retoma e perante o cumprimento da Lei 3 das Leis de Jogo, compromete-se, agora, a apurar os motivos que levaram à existência destes casos no plantel do GD Chaves”, salientou.

Desp. Chaves com quatro positivos, dois entre jogadores. Estreia com Feirense esta noite não está em causa

A primeira indicação da ACES do Alto Tâmega e Barroso chegou pouco antes das 20h, hora do início da partida, e o relatório assinado pelo responsável Rui Capucho entrou na Liga em termos oficiais às 20h24. No entanto, e de acordo com o jornal Record, a autoridade de saúde regional terá enviado um email ao conjunto flaviense onde dizia que, perante os quatro casos positivos encontrados, o plantel deveria fazer quarentena. O Desp. Chaves, por seu turno, assegura que não recebeu qualquer comunicação nesse sentido por parte da ACES.

Tratando-se ainda da primeira jornada da Segunda Liga e com o principal escalão a arrancar na próxima semana, e com uma reunião agendada entre Pedro Proença, presidente da Liga, e António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, o órgão decidiu convocar uma reunião de emergência para a manhã deste sábado onde será abordado o que se passou na véspera, por haver a ideia que, perante a atual situação da pandemia no País, existirá uma possibilidade de mais casos surgirem – e como o calendário na época 2020/21 não tem grande margem para muitos adiamentos, o foco passa por encontrar soluções e, em paralelo, criar mecanismos para que não existam suspensões de jogo com as equipas em campo. Em paralelo, poderá ainda ser abordado um outro tema: a ausência de público nos estádios, que se vai manter e que tem repercussão nos clubes em termos financeiros, até por estarem já a preparar planos para o regresso de 30% da lotação só com adeptos da casa.