Mais claro era impossível. Sem acordo firmado à esquerda, com muitos ultimatos e silêncios à mistura, António Costa quis deixar claro que esta proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2o21) mantém marca de água da ‘geringonça’.

“Nada daquilo que é essencial ficou para trás. Nem alterámos o rumo que iniciámos em novembro de 2015. Não há recuos em nenhum dos progressos, não ficámos a marcar passo, e recusámos a resposta autoritária a esta crise”, garante António Costa num vídeo divulgado minutos antes da entrega do documento na Assembleia da República.

Nesse mesmo vídeo, o líder socialista passa em revista algumas das medidas mais simbólicas do OE2021, nomeadamente a contratação de mais de 4.200 profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a criação de um subsídio de risco para os profissionais de saúde que trabalhem com doentes Covid-19.

O primeiro-ministro assinala também o novo aumento extraordinário das pensões, a criação de um novo apoio social para quem perdeu rendimentos abrange independentes e trabalhadores domésticos e o aumento do subsídio mínimo de desemprego para 505 euros, acima do limar de pobreza.

Em paralelo, António Costa lembra também a suspensão da caducidade dos contratos coletivos de trabalho durante dois anos e o limite aos despedimentos para grandes empresas que tenham lucros e que recebam apoios públicos.

Medidas, todas elas, caras à esquerda e que foram negociadas, nos últimos dias e semanas, com Bloco de Esquerda e PCP. “Este é um orçamento à altura do desafio que enfrentamos”, remata António Costa. Resta saber se os parceiros de esquerda concordam.

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