A queda na Catalunha acabou por ser um golpe mais duro nas ambições de Miguel Oliveira no Mundial de MotoGP e era por isso que o português apontava para três top 5 nas três provas que se seguiam, todas de forma consecutiva. Em Le Mans, e mesmo depois de uma qualificação abaixo do pretendido, o português ainda conseguiu ir ao sexto lugar, ameaçando a quarta posição de Dovizioso nas duas últimas voltas. Ou seja, e olhando para o limite mínimo dentro da meta pretendida, ganhou dez em vez de 11 pontos. O pior seria mesmo no Grande Prémio de Aragão, uma prova falhada pela KTM onde o piloto da Tech3 não foi além do 16.º posto. Se alcançasse esse top 5, ficaria a dez pontos de Nakagami no Mundial, atual quinto classificado. Mais do que isso, percebeu-se que a luta na nova semana do português era por melhorar a sua moto, bem mais do que pensar na competição com os outros.

KTM falha abordagem, Miguel Oliveira falha entrada nos pontos: português termina Grande Prémio de Aragão no 16.º lugar

Os treinos livres desta sexta-feira assumiam uma especial relevância por isso mesmo, por forma a perceber todas as melhorias já registadas no mesmo circuito mas para o Grande Prémio de Teruel. Os resultados, na classificação, foram ligeiramente melhores, com o 13.º e o 12.º registos das duas sessões ao longo de 36 voltas, mas havia outros pontos que deixavam ainda assim Miguel Oliveira com outra confiança para a qualificação de sábado.

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Melhorou mas não o suficiente (e vai fazer outra corrida de trás para a frente): Oliveira em 18.º na qualificação para o GP de Aragão

“Foi uma sexta-feira positiva porque me sinto mais competitivo do que no fim de semana passado. A nível de ritmo estou mais constante e rápido. Ainda falta agora adaptar a moto para uma volta rápida mas vamos melhorar mais e o objetivo continua a ser garantir o acesso direto à Q2 logo nos treinos livres”, destacou o português, tentando evitar uma entrada na Q1 como a que aconteceu no fim de semana passado onde não conseguiu melhor do que o 18.º posto na grelha de partida. No entanto, pelo que se passou no Grande Prémio de Aragão e pelo andamento das KTM neste circuito, as regras de jogo tinham mudado. E se, no arranque do Campeonato, a ida direta do português à Q2 era algo “normal”, agora teria de fazer algo mais para que se tornasse “normal”.

Conseguiu. Aliás, conseguiu Miguel Oliveira e Iker Lecuona, os dois pilotos da Tech3 que entraram no top 10 da terceira sessão de treinos livres e conseguiram a qualificação para a Q2 ao contrário do que aconteceu por exemplo com as motos de fábrica da KTM de Pol Espargaró e Brad Binder. Com as Ducatis mais uma vez a sentirem muitas dificuldades, o domínio voltou a andar entre as Yamahas e as Hondas, ao mesmo tempo que Alex Rins e Joan Mir trabalhavam para diminuir o fosso para a concorrência. Com 14 pilotos dentro do 1.47, o português conseguiu o oitavo melhor registo da manhã com 1.47,625 e com uma curiosidade: foi o mais rápido do quarto setor da pista, com Quartararo a ser o melhor na primeira metade e Nakagami a andar mais rápido no terceiro setor.

Em 11 provas realizadas até ao momento, Miguel Oliveira chegava pela sétima ocasião ao Q2, dando um visível salto no mesmo circuito onde na semana passada não tinha além do 18.º posto. No entanto, chegando aos 12 melhores na qualificação, o português só conseguira um quinto lugar na Andaluzia e a oitava posição na Estíria, caindo nas outras para 11.º (Áustria) ou 12.º (São Marino, Catalunha e França). Desta vez, acabou no oitavo posto, saindo da terceira linha da grelha e igualando também a sua segunda melhor qualificação do ano. Nakagami confirmou as boas indicações de sexta-feira e voltou a conseguir uma pole position.

“Estou contente com a qualificação. Senti-me mais competitivo do que no fim de semana anterior. Sinto-me bem, sinto-me competitivo, mesmo para o ritmo de corrida, e isso dá-me motivação para domingo podermos fazer uma boa corrida”, comentou no final da qualificação o piloto da Tech3 à sua assessoria de imprensa, depois de um primeiro “susto” da organização que chegou a colocar em causa os tempos feitos na última volta. De acrescentar que o companheiro de equipa do português, Iker Lecuona, ficou com o 11.º melhor registo, atrás de Pol Espagaró que foi nono. Brad Brinder, o outro piloto de fábrica da KTM, não passou a Q1.