A Nobel de Paz Malala Yousafzai pediu ao Governo britânico que mantenha o orçamento para a ajuda ao desenvolvimento, que pode vir a ser reduzido 0,5% por causa dos custos provocados pela pandemia de Covid-19.

Malala junta-se a várias personalidades, entre as quais cinco antigos chefes do Governo britânico, que receiam eventuais cortes que podem vir a ser anunciados esta quarta-feira pelo ministro das Finanças, Rishi Sunak, no quadro da apresentação do orçamento do Reino Unido.

“A Covid-19 pode forçar mais de 20 milhões de raparigas a abandonar a escola. Para as raparigas continuarem a aprender, nós temos de ter dirigentes que tenham a educação como uma prioridade”, disse esta quarta-feira a jovem paquistanesa através de mensagens difundidas pelas redes sociais.

Apelando diretamente ao primeiro-ministro Boris Johnson e ao ministro das Finanças para manterem os 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) britânico aplicados à ajuda internacional, Malala disse estar à espera que Londres cumpra a “promessa” formulada em 2019.

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Rishi Sunak disse no passado fim de semana à estação Sky News que o Reino Unido está sujeito a “uma enorme pressão” devido ao “choque económico”, deixando entender cortes na despesa.

Numa declaração conjunta, os ex-primeiros ministros britânicos David Cameron e Tony Blair consideram “erro moral, estratégico e político” o abandono do “objetivo de aplicar os 0,7% do PIB na ajuda internacional”.

Theresa May, Gordon Brown e John Major também se mostraram contra os cortes orçamentais dedicados à ajuda internacional juntando-se a outros dirigentes da sociedade civil e a 187 organizações como o Greenpeace e o Save the Children.