O Imaginarius — Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira lançou cinco concursos para escolha de criações para a edição de 2021, antecipando assim a celebração dos 20 anos do evento.

O festival foi lançado em 2001, com caráter anual, e só em 2020 não se pôde realizar devido às restrições sanitárias impostas pela pandemia de covid-19, no passado mês de maio. Assim, a autarquia do distrito de Aveiro aposta agora numa celebração especial, incentivando a criação artística com cinco ‘calls’ públicas para projetos locais, nacionais e internacionais.

Se para 2020 o tema do evento era “O Mito”, de 27 a 30 de maio de 2021 o tópico será “O Mito e a Marca” e, segundo disse à Lusa o vereador da Cultura, Gil Ferreira, essa edição “será marcada pela transição verde e digital”, propondo produções em formato misto, que, cruzando apresentações presenciais com conteúdos digitais, se ajustem a qualquer contexto social que venha a ser determinado pela situação epidemiológica da altura.

Um dos cinco concursos de criação artística, com candidaturas abertas até 31 de dezembro, é o relativo à secção do festival designada “Mais Imaginarius”, ainda dirigida a artistas emergentes portugueses ou estrangeiros, mas agora focada em “projetos que possam ser apresentados com recursos a meios e plataformas digitais”. No cartaz do evento, há lugar para cinco propostas dessa ordem e cada uma receberá uma bolsa de apoio no valor de 1.300 euros.

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Outra novidade é a abertura de uma ‘call’ específica sobre Artes Digitais, com que a organização do festival pretende promover trabalhos na área das novas tecnologias de informação e comunicação, do audiovisual e do multimédia. Nesse contexto serão escolhidas duas criações a premiar com bolsas de 2.000 euros.

Também nova é a chamada sobre Arte Urbana, que, embora evocando um tema habitual do evento, se concentra agora num ângulo particular: a comemoração dos 100 anos dos Bombeiros Voluntários de Santa Maria da Feira.

Gil Ferreira afirma que o objetivo desse concurso é encontrar o melhor projeto para criação de um mural “que perpetue a identidade e a memória da corporação, bem como a sua ligação ao território através da cultura e da comunidade”.

O projeto vencedor será apoiado com 2.000 euros e a organização ainda reserva duas bolsas de 200 euros para menções honrosas.

Já no que se refere à tradicional ‘call’ para criadores locais, destina-se concretamente a associações, companhias e artistas autónomos do município da Feira, prevendo a seleção de dois projetos para o festival e a atribuição de 4.000 euros a cada um deles.

A última chamada a fechar a 31 de dezembro, por sua vez, é referente a cinema documental e propõe-se identificar um realizador português ou estrangeiro que assine um filme sobre o percurso de duas décadas do Imaginarius enquanto “festival de referência das artes de rua em Portugal e na Europa”.

Gil Ferreira explica que o criador selecionado deverá captar a ligação do evento à comunidade local, pelo papel vital que essa desempenhou no desenvolvimento e afirmação do festival, e editar uma obra que constitua “um acervo de memórias futuras do território, do tecido artístico e da população da Feira”.

O documentário terá que ter estreia na edição de 2021 e será apoiado com 10.000 euros.