O próximo estado de emergência, que começará depois de 7 de janeiro, terá apenas uma semana de duração. O entendimento entre o Presidente da República e o primeiro-ministro está firmado e é isso que Marcelo Rebelo de Sousa irá propor aos partidos, nas audiências da próxima segunda-feira no Palácio de Belém, quando colocar em cima da mesa mais uma renovação desse período de exceção. Tal como o Observador já tinha adiantado esta quarta-feira, esta renovação vai acontecer já, mesmo sem uma reunião anterior com os especialistas, e vai durar até que estejam disponíveis os dados epidemiológicos que permitam apurar o efeito do aligeirar de medidas no Natal. Só então a situação será revista e as medidas calibradas. Se o estado de emergência for para manter, Marcelo poderá assim focar-se como candidato nos últimos dias de campanha sem interrupções para vestir a pele de Presidente.

Esta solução encontrada pelo primeiro-ministro e o Presidente da República vai permitir arrumar o assunto da emergência na primeira semana de campanha eleitoral, esvaziando a segunda e última semana deste assunto. De qualquer forma, para esta renovação de uma semana, Marcelo já não falará ao país oralmente, sendo apenas publicada uma mensagem escrita no site da Presidência, precisamente para evitar colagens entre o Presidente e o candidato no período eleitoral.

“O próximo estado de emergência só vai durar uma semana”, garante-se em Belém ao mesmo tempo que se assegura que não faltará uma nota presidencial publicada. Ou seja, próximo estado de emergência vai estender-se entre 8 e 15 de janeiro, a primeira semana das Presidenciais. É nessa que Marcelo conta ter o assunto arrumado, com a reunião do Infarmed a dia 12 e as decisões que houver a tomar a surgirem logo nos dias seguintes. Seja o alívio de medidas, seja uma eventual renovação do estado de emergência.

Se a decisão for manter o estado de emergência, aí a duração já voltará a ser de 15 dias, e o decreto e a mensagem presidenciais serão conhecidos logo após a reunião do Infarmed, com o Parlamento a votar de seguida para que possa entrar em vigor ainda nessa semana para durar até depois das Presidenciais que estão marcadas para o dia 24 de janeiro. Neste cenário, o nono estado de emergência já vigoraria entre o dias 16 e 30 de janeiro, permitindo a Marcelo estar em campanha sem misturar funções a cada semana e sobretudo sem uma renovação mesmo em cima das eleições, como aconteceria se o estado de emergência que entra em vigor na próxima semana durasse os habituais 15 dias (o prazo máximo).

O oitavo estado de emergência provocado pela pandemia será o primeiro a durar apenas uma semana e será entrecortado por uma reunião do Infarmed onde o Presidente da República já disse que gostaria de ter também presentes os seus adversários na corrida a Belém. Essa iniciativa terá, no entanto, de partir do primeiro-ministro, que é quem faz os convites para estas sessões com os especialistas e, segundo apurou o Observador, Marcelo já encomendou esse sermão a António Costa.

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