Pelo menos 63 pessoas morreram, 80 ficaram feridas e outras 112.646 foram afetadas pela atual época chuvosa em Moçambique, que começou em outubro de 2020, segundo um novo balanço das autoridades.

A época chuvosa 2020/2021, marcada pela passagem de uma tempestade tropical que atingiu o centro de Moçambique na semana passada, já destruiu parcialmente 23.116 casas e devastou totalmente outras 14.938 em todo o país, disse à Lusa Xavier Gulele, técnico do Centro Nacional Operativo de Emergência (Cenoe).

Segundo a fonte, entre 1 outubro e 6 de janeiro deste ano, a época chuvosa destruiu também 1.115 salas de aulas e afetou 124.700 alunos.

“É uma avaliação de metade da época, ainda falta a outra e, por isso, apelamos para que as populações se mantenham calmas e acompanhem as informações, mensagens de sensibilização e medidas a tomar face à aproximação de qualquer evento para evitar choques”, alertou Xavier.

Em outubro, o Governo moçambicano aprovou o plano de contingência da época chuvosa 2020/2021, uma estratégia orçada num total de 7,2 mil milhões de meticais (78 milhões de euros, no câmbio atual).

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Os 78 milhões de euros necessários para o plano vão servir para a assistência de cerca de 1,6 milhões de pessoas que poderão ser afetadas pelas calamidades durante esta época chuvosa e ciclónica.

O plano de contingência prevê três cenários: o primeiro é de ventos fortes, inundações localizadas nas vilas e cidades e seca. O segundo cenário compreende, além de ventos fortes, inundações localizadas e seca, a ocorrência de cheias nas bacias hidrográficas e de ciclones. O último prevê a junção das calamidades do primeiro e segundo cenários adicionados à ocorrência de sismos.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre Moçambique.

Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país.