Adolfo Mesquita Nunes já reagiu à recusa de Francisco Rodrigues dos Santos de ir formalmente a votos pela liderança do CDS. O ex-secretário de Estado entende que o presidente do partido demonstrou “falta de confiança” e preferiu a estratégia de entrincheiramento.

Numa comunicação transmitida pelo Facebook, o antigo vice-presidente do partido voltou a defender que o partido enfrenta uma “crise de sobrevivência” e que o rumo escolhido por Rodrigues dos Santos vai precipitar o fim do CDS.

“O caminho para a confiança deveria ser outro, deveria estar nas mãos dos militantes do CDS. Esta crise não pode ser resolvida com uma moção de confiança. Os militantes do CDS têm direito a um congresso”, sublinhou.

Esta terça-feira, tal como o Observador já tinha antecipado, Francisco Rodrigues dos Santos anunciou que ia apresentar uma moção de confiança à sua liderança. Na prática, é uma forma de anular a ameaça de Adolfo Mesquita Nunes sem de facto devolver a palavra às bases do partido. Se a moção de confiança de Rodrigues dos Santos for aprovada no Conselho Nacional, onde é expectável que o líder do CDS tenha maioria, Adolfo Mesquita Nunes receberá um sinal político muito pouco encorajador.

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O ex-número dois de Assunção Cristas revelou ainda que a mesa do Conselho Nacional, presidida por Filipe Anacoreta Correia, rejeitou que da ordem de trabalhos da reunião agendada para este sábado constasse a convocação de um congresso extraordinário eletivo.

Adolfo Mesquita Nunes garantiu, por isso, que vai bater-se no próximo Conselho Nacional pela realização de um Congresso Extraordinário e deixou um aviso: ao contrário do que tem acontecido, as votações devem ser secretas para não permitir que os conselheiros nacionais se sintam condicionados pela evolução do resultado ou pressões externas. “[A votação nominal] é uma tática que nem os partidos comunistas usam”, antecipou Mesquita Nunes.

A terminar, o antigo secretário de Estado deixou mais um apelo aos militantes. “Acredito sinceramente que podemos mudar, que podemos dar a volta a isto. Se o CDS desistir de mudar, corremos o risco de que seja o país a desistir do CDS.”