O Ministério Público (MP) está a investigar um alegado esquema financeiro que envolveria a Tranquilidade e a Europ Assintance, duas seguradoras do Grupo Espírito Santo (GES), e que terá resultado, segundo o Correio da Manhã, no pagamento de milhões de euros a Ricardo Salgado e a vários outros administradores.

O dinheiro, indica o MP, terá sido depositado nas contas individuais do antigo líder do GES, bem como de António Ricciardi, Manuel Fernando Espírito Santo, José Manuel Espírito Santo e Mário Mosqueira do Amaral (entretanto falecido).

No total, o alegado esquema financeiro terá permitido distribuir pelos cinco membros do Conselho Superior do GES (órgão máximo de decisão) quase 10 milhões de euros entre 2004 e 2012. Estão em causa suspeitas de fraude fiscal, burla qualificada, falsificação e abuso de confiança.

Este novo inquérito-crime é referido num despacho que integra os autos do caso GES. “Pelo menos desde 2004 e durante cerca de oito anos, Augusto Tomé Pedroso e Pedro Beauvillain de Brito e Cunha, membros do conselho de administração da Companhia de Seguros Tranquilidade, gizaram e puseram em execução o seguinte esquema financeiro: inflacionaram custos de resseguro da Companhia de Seguros Europ Assistance (sua fornecedora e subsidiária), sendo os respetivos montantes canalizados através de um outro ressegurador desta última [seguradora] para pagamento aos membros do Conselho Superior do GES”, lê-se no despacho da procuradora Andreia Marques.

Segundo o Correio da Manhã, a procuradora pediu para aceder a documentos apreendidos na Suíça no caso GES de forma a poder demonstrar “o circuito financeiro das verbas”.

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