Com o aumento do desemprego devido à pandemia, também subiu o número de desempregados que usufruem do subsídio de desemprego. Depois de quebras que vinham acontecendo desde 2017, a média mensal de desempregados subsidiados inscritos nos centros de emprego foi, em 2020, de 189.200 pessoas, uma subida de quase 49% face ao ano anterior (ou seja, mais 61.970).

Os números são divulgados esta quarta-feira pelo Público e constam no relatório de atividades da Comissão de Recursos do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). No final de 2020, havia 375.150 desempregados em Portugal continental, um aumento de 30,2% face ao ano anterior. Segundo o IEFP, a subida do desemprego e do desemprego subsidiado tem de ser lida à luz do “efeito da pandemia” e as “suas consequências no tecido socioeconómico do país”. Por ouro lado, o aumento mais expressivo do número de subsidiados face aos novos inscritos pode ser explicado com o prolongamento dos subsídios de desemprego no âmbito das medidas excecionais da pandemia.

O IEFP revela ainda que a anulação de inscrições  de desempregados subsidiados caiu 53,5% face ao ano anterior, ou seja, houve menos 2.177 anulações, para um total de 1.892. Esta evolução é justificada com “o confinamento obrigatório, que conduziu ao alargamento das justificações atendíveis para a não observância das obrigações por parte dos desempregados subsidiados e, em si mesmos, os sucessivos estados de emergência que perduraram durante todo o ano”.

A principal causa de anulação da inscrição para emprego que deu origem aos recursos entrados na Comissão em 2020 foi a falta de comparência a convocatória (73%). Segue-se a falta nas entidades de encaminhamento (9%), outros motivos (7%), a recusa/ desistência/exclusão de trabalho socialmente necessário (4%), a recusa/desistência/exclusão de formação profissional (4%) e a recusa de emprego conveniente (3%).

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