O Brigadeiro-General Zaw Min Tun disse esta quinta-feira numa conferência de imprensa, citada pela Reuters, que a ex-Conselheira de Estado e líder de facto do Myanmar, Aung San Suu Kyi, recebeu pagamentos ilegais de 600.000 dólares (cerca de 501.442 euros) e ouro, enquanto estava à frente dos destinos do país asiático.
A junta militar birmanesa acusou a ex-governante de ter sido corrompida por ofertas em dinheiro e ouro e estendeu essa mesma acusação ao ex-presidente Win Myint. O antigo chefe de Estado também foi acusado de corrupção e de ter cedido a pressão da comissão eleitoral, no sufrágio decorrido em novembro de 2020 e que deu a maioria absoluta a Suu Kyi.
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Tanto Aung San Suu Kyi como Win Myint foram depostos no dia 31 de janeiro, num golpe de Estado encenado pelos militares que reclamaram o poder após a derrota nas eleições.
Na conferência de imprensa, Zaw Min Tun disse também que a junta militar quer alterar convocar novas eleições depois de alterar o sistema eleitoral, para um sistema de representação proporcional.
Vamos ter eleições e vamos dar [o poder] ao partido vitorioso”, disse o Brigadeiro-General.
Junta militar aumenta uso de armas contra manifestantes pacíficos
A Amnistia Internacional veio acusar a junta militar de usar cada vez mais armas contra manifestantes pacíficos e levar a cabo assassínios deliberados e sistemáticos.
[Os militares] estão a usar táticas e armas cada vez mais letais, normalmente só vistas em campo de batalha, contra manifestantes pacíficos e transeuntes em todo o país”, referiu a organização humanitária num relatório divulgado esta quinta-feira.
“Da observação de mais de 50 vídeos das repressões, o Laboratório de Provas da Crise da Amnistia Internacional pode confirmar que as forças de segurança parecem estar a implementar estratégias planeadas e sistemáticas, incluindo o uso intensivo de força letal”, aponta o relatório.
“Muitos dos assassínios documentados correspondem a execuções extrajudiciais”, pode ler-se no documento, acrescentando que as forças de segurança usaram balas reais contra os manifestantes, causando a morte de cerca de 60 pessoas.
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A situação também se tornou mais complicada para os jornalistas, com vários profissionais a serem detidos e julgados por violação da ordem pública. Pelo menos seis foram presentes a tribunal pela cobertura noticiosa das manifestações contra o regime. O porta-voz da junta militar, o Brigadeiro-General Zaw Min Tun, disse na conferência de imprensa desta quinta-feira que a chefia respeita a liberdade de expressão e que estas detenções se limitaram a jornalistas que incitaram a rebelião.
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