O eurodeputado Paulo Rangel defendeu “uma intervenção humanitária muito mais forte” e acusou o Governo de “branquear a negligência com que olhou para o conflito do ponto de vista humanitário”. Já o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André, confirmou a intenção de enviar 60 militares para dar formação às forças moçambicanas.

No programa Explicador da Rádio Observador, Paulo Rangel, disse que tanto o Governo português como a União Europeia “têm responsabilidade por omissão” pelo recrudescer da situação em Moçambique, por terem ignorado vários alertas da Igreja Católica, de várias ONG e de organizações humanitárias, e avançou que só se interessaram neste “desastre humanitário” a partir do momento em que passaram a haver vítimas portuguesas.

Francisco André reiterou o apoio do Governo no terreno aos cidadãos nacionais através do envio de uma missão do Consulado-Geral em Maputo para a cidade de Pemba para “assegurar uma capacidade de contacto e de acompanhamento em concreto de todos os cidadãos nacionais de forma preventiva”. Em relação ao número de portugueses nesta cidade, o secretário de Estado estima que sejam “dezenas de pessoas”. Vincou também o trabalho realizado entre Portugal e Moçambique no plano bilateral, com a formação de militares, e no plano multilateral.

Cabo Delgado. “Portugal está a branquear negligência, só se preocupou depois de ver portugueses entre as vítimas”

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