A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) está a fazer contratação de enfermeiros pelo WhatsApp com o intuito de aumentar o número de profissionais aptos para o processo de vacinação contra a Covid-19 no Município da Amadora, noticia o jornal Público.

Esta contratação é feita por mensagens no WhatsApp, através das quais os enfermeiros enviam o nome e o número de cédula a pedido da instituição. Contudo, sem o documento associado à mesma, pode tratar-se de uma cédula inválida e esta não é, alegadamente, verificada pelo serviço que está a contratar. Os enfermeiros recebem apenas uma confirmação da hora e local para estar no centro de vacinação instalado num pavilhão municipal da Amadora.

A enfermeira Joana Lacerda, que trabalhou no centro de vacinação instalado no Pavilhão Rita Borralho no dia 1 de Abril, denunciou o caso ao Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) e assegurou que “não há qualquer confirmação de identidade ou da idoneidade profissional de quem se apresenta para vacinar, há um chefe de turno que faz uma chamada pelos nomes fornecidos no grupo WhatsApp mas que não confere a identidade com um documento oficial nem solicita a cédula profissional, documento obrigatório para prestação de cuidados de enfermagem”.

Não há qualquer contrato de prestação de serviços assinado, motivo pelo qual abusivamente reduzem os valores que pagam por hora informando por mensagem de WhatsApp”, reportou ainda a enfermeira, acrescentando que também “não há solicitação de seguro de acidentes de trabalho e de responsabilidade civil profissional (igualmente obrigatório para a prestação de serviços)”.

De acordo com o jornal Público, a CVP justificou que não é feito um pedido por serem enfermeiros do conhecimento da instituição e por fazerem parte de uma bolsa. Quando confrontada com o facto de vários enfermeiros não fazerem parte desta bolsa, a CPV garantiu que nesses casos é verificada a validade da cédula junto da Ordem dos Enfermeiros, mas o vice-bastonário, Luís Filipe Barreira, desmente e garante que esse pedido não existiu. “Esse pedido nunca foi feito pela Cruz Vermelha à Ordem dos Enfermeiros. Nunca fomos contactados”, afirmou Luís Filipe Barreira.

Com o contrato feito com a Câmara Municipal da Amadora, a CVP comprometeu-se a disponibilizar mais 6120 horas de serviços de enfermagem nos próximos meses, por um valor contratualizado de 20 euros por hora.

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