As imagens foram transmitidas em direto pela televisão israelita. “Estamos a assistir a um linchamento em tempo real”, disse o repórter para as câmaras. “Não há polícia por aqui.” As autoridades policiais chegaram ao local 15 minutos depois, quando um árabe atacado por uma multidão de judeus de extrema-direita em Bat Yam, subúrbio de Tel Aviv, estava já deitado no chão, coberto de sangue. Segundo um comunicado do hospital Ichilov, para onde o homem foi transportado, “a vítima do linchamento está gravemente ferida, mas estável”.

O ataque aconteceu esta quarta-feira e é apenas mais um dos muitos confrontos que têm acontecido em cidades israelitas com populações judias e árabes. Segundo a imprensa do país, os atacantes alegaram que o homem era árabe e que tentou atropelar a multidão. No entanto, as imagens divulgadas por um repórter do N12, canal israelita, mostram que o condutor do carro estava a tentar fugir da multidão.

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Acabou por ser arrastado à força de dentro do seu carro e foi fortemente espancado, mesmo depois de já estar caído no chão.

“Bat Yam, esta noite: isto não é uma tentativa de atropelar, é o medo do motorista da multidão extremista. Linchamento de um motorista de ascendência árabe, por quê? Porque ele é árabe. Caos”, escreveu o jornalista Or Ravid na sua conta oficial do Twitter.

Seis pessoas foram detidas na sequência do ataque.

Violência aumenta em Israel

Os confrontos entre árabes e judeus espalham-se também por Haifa, Nazaré e Jafa e a cidade de Lod, arredores de Tel Aviv, está desde quarta-feira sob estado de emergência, depois de uma noite de distúrbios.

O autarca de Lod acredita que o país pode estar à beira de uma guerra civil, como escreveu no Twitter.  “Sinagogas foram queimadas. Carros incendiados. E criminosos árabes vagueiam pelas ruas. A guerra civil estourou em Lod”, escreveu Yair Revivo.

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