Demorou, mas finalmente aconteceu. “A Lamborghini não queria ser a primeira, mas sim a melhor” e, como tal, só agora revelou qual a sua estratégia para o futuro. Futuro esse que passa, necessariamente, pela electrificação – por muito que isso pudesse chocar Ferruccio Lamborghini, se o fundador da Lamborghini ainda estivesse entre nós. E quem, de certa forma, “dá a mão a palmatória” é o próprio presidente e CEO da Lamborghini, Stephan Winkelmann, que apresenta o plano de electrificação da marca como algo inevitável no contexto de um mundo que está a mudar radicalmente, com consumidores e reguladores a exigirem alternativas de mobilidade mais “verdes”.
A “radical” mudança era esperada, ou não fizesse o fabricante de Sant’Agata Bolognese parte do conglomerado Volkswagen, assumidamente comprometido com a transição para a mobilidade 100% eléctrica. Na Lamborghini, porém, não há que esperar um superdesportivo exclusivamente a bateria nos tempos mais próximos. A marca sempre se escudou na necessidade de as baterias evoluírem – porque o peso é determinante nesta classe de veículos – e o roteiro que traçou reflecte essa cautela. Um Lamborghini puramente eléctrico, que constituirá o quarto modelo da gama, será uma realidade antes de 2030, mas só depois de 2025.
Até lá, o plano prevê outras duas fases para amenizar a transição, mantendo o ADN da marca. E isso implica nem mais nem menos que um investimento na ordem dos 1,5 mil milhões de euros, só nos próximos quatro anos – tão só o maior investimento de sempre da Lamborghini.
A estratégia, que honra o fundador da marca ao adoptar o nome “Direzione Cor Tauri” – Cor Tauri é a estrela mais brilhante da constelação Taurus – vai começar por tirar o máximo partido dos motores de combustão entre este e o próximo ano, sendo que ainda para 2021 estão programados dois novos lançamentos impulsionados pelo V12 italiano.
Em 2023, a Lamborghini enceta então a sua etapa híbrida rumo a Cor Tauri, com o objectivo de reduzir para metade as emissões de dióxido de carbono dos seus modelos a partir de 2025. Essa meta passa pela introdução do seu primeiro superdesportivo híbrido dentro de dois anos. A ideia é garantir volume, indo, portanto, bem mais além do que as 63 unidades do Siàn – o primeiro Lamborghini electrificado, com um preço a partir de 3,3 milhões de euros a unidade. Somente um ano depois, em 2024, é suposto que toda a gama da marca (Huracán, Aventador e Urus – ou os respectivos sucessores) integre já mecânicas hibridizadas. E só após isso, na segunda metade da década, é que poderemos ver como será o 4º elemento da Lamborghini e o primeiro BEV na história do fabricante italiano.
Nada como imaginar como seria agora uma conversa entre Enzo Ferrari e Ferruccio Lamborghini… Veja abaixo o roteiro “Direzione Cor Tauri”, apresentado por Stephan Winkelmann: