Depois das imagens dos últimos aviões que saíram de Cabul na noite de segunda-feira que marcaram o fim de uma ocupação de 20 anos dos EUA no Afeganistão, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos partilhou uma fotografia daquele que foi o último soldado norte-americano a sair do país.

Numa imagem coberta pela luz verde de visão noturna, o Major-General Chris Donahue, comandante da 82.ª Divisão Aérea, sobe a rampa de um avião de carga C-17 no aeroporto Hamid Karzai. O militar de 52 anos entrou no avião de arma na mão direita, capacete e colete anti-balas e olhos postos naquela que seria a última saída dos últimos cinco aviões das forças norte-americanas no aeroporto.

Precisamente às 23h59 de 30 de agosto (hora de Cabul) o último C-17 descolou do solo afegão. Mas, antes de partir, Donahue deixou uma mensagem: “Bom trabalho, estou orgulhoso de todos vocês”, cita o Defense One. 

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Donahue foi destacado para o Afeganistão precisamente este mês de agosto para ajudar a garantir a segurança do aeroporto de Cabul, à medida que os EUA se aproximavam do prazo de retirada oficial esta terça-feira.

O fim de uma era (e da “guerra mais longa”): 20 anos depois, volta a não haver tropas americanas no Afeganistão

Num briefing surpresa na segunda-feira à noite, com informações dadas aos jornalistas no Pentágono, o General Frank McKenzie, que gere o Comando Central, disse que Donahue era então “o último membro de serviço americano a partir do Afeganistão”, e que a sua partida encerraria “a missão americana de evacuação de cidadãos americanos, requerentes de vistos especiais de imigrantes afegãos, e afegãos vulneráveis”, disse, citado pela NBC News.

“Esta foi uma missão incrivelmente dura, com muita pressão e repleta de múltiplas complexidades, com ameaças ativas durante todo este período. As nossas tropas mostraram coragem, disciplina e empatia”, escreveu no Twitter as forças especiais da XVIII Airborne Corps fazendo acompanhar o texto também com a foto do soldado.

A operação retirou do país mais de 120.000 cidadãos norte-americanos, cidadãos de países aliados dos norte-americanos e afegãos que colaboraram com as operações desses respetivos países, tudo em menos de três semanas, uma vez que os talibãs tomaram o poder a 14 de agosto.

Nos 20 anos de ocupação, cerca de 2.500 membros ao serviço e 3.800 contratados americanos foram mortos, incluindo 13 militares dos EUA que morreram quinta-feira no ataque terrorista junto ao aeroporto de Cabul.