O candidato do Partido Democrático Republicano (PDR) à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas do dia 26 propôs esta sexta-feira a criação de uma unidade de advogados especialistas no apoio à vítima, patrocinada pelo município.

Em declarações à Lusa após uma reunião com o presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAVT), Pedro Costa Ferreira, no âmbito da campanha eleitoral, o candidato do PDR disse que a maior proposta do partido neste campo é um maior apoio financeiro às vítimas, mas também a criação desta unidade especializada e mais formação para magistrados e polícias.

“Temos aqui uma proposta que foi do agrado da APAVT: a criação de uma unidade de advogados especialistas de apoio à vítima patrocinados pela Câmara Municipal de Lisboa. Isto porque, em primeiro lugar, a advocacia não é uma profissão que tenha muitos especialistas nesta matéria e, por outro, os advogados não se podem especializar apenas nisto, senão morrem à fome, e se for a câmara a ter este patrocínio é uma garantia de que a vítima será bem defendida”, disse.

Outra das propostas que o PDR levou até à APAVT foi a aposta na formação: “Criar mais formação para os magistrados quer do Ministério Público, quer os próprios juízes, porque são eles que estão na última linha, que vão falar com as vítimas, e neste momento em Portugal há pouca empatia da magistratura com as vítimas, são muito técnicos e pouco empáticos, e é necessário reverter essa situação”, sublinhou.

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Bruno Fialho referiu que o Estado tem um “maior orçamento para os criminosos do que para as vítimas”.

“Isto é atroz. Só num Estado de quarto mundo é que isto poderia acontecer, em que as vítimas são insignificantes, são remetidas a um papel secundário, quando deveria ser o primeiro socorro feito pelo Estado”, frisou.

No seu entender, é preciso também dar formação à polícia e pugnar junto do Governo para que as aulas de Cidadania nas escolas deixem de “ser este marasmo e idiotice que são”.

Para isso, defendeu que os professores desta disciplina deveriam ter formação nessa área.

“Um professor estuda Matemática para dar Matemática […]. Todos os professores podem dar Cidadania. Se houvesse uma formação específica dos professores, estas aulas podiam ajudar no apoio às vítimas, mas o que o Governo fez foi uma medida populista, que é introduzir maioritariamente nas aulas a questão da identidade de género”, sublinhou.

Na opinião de Bruno Fialho, deveria ser incutida nas aulas a empatia pela vítima, seja esta de bullying, violação, abuso sexual ou violência doméstica, dando assim mais força às vítimas para denunciar.

Além de Bruno Fialho, concorrem às eleições autárquicas do dia 26 Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).