Quando acabou a prova que lhe garantira a segunda medalha olímpica depois da prata em K2 1.000 em Londres, Fernando Pimenta não estava propriamente radiante e bateu com a pagaia na água dando aquele sinal de que queria mais. Trabalhara para mais. Aspirava a mais. Foi por isso que, na primeira curta ida à zona mista do Sea Forest Waterway, o atleta português não estava muito radiante. Depois, mais calmo, com a chucha da filha na mão, a medalha ao pescoço e muitos abraços entre a comitiva nacional, mostrou todo o seu orgulho pela medalha de bronze. “E prometo aos portugueses que vou dar tudo nos Mundiais”.

Já tinha a prata, foi bronze mas acabou a bater com a pagaia por querer mais. E é isso que faz de Pimenta um super atleta de ouro

Assim foi e, na manhã deste sábado, Pimenta conquistou mais uma medalha em Campeonatos do Mundo, que se realizam agora na cidade dinamarquesa de Copenhaga. E logo a de ouro, em mais um duelo frente ao húngaro Balint Kopasz, campeão olímpico, europeu e até hoje mundial: depois de um arranque forte, onde passou para a frente da corrida logo no início como tinha acontecido nos Jogos Olímpicos, o canoísta de Ponte de Lima chegou a ter dois segundos de avanço e controlou a reação final do adversário.

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Entre as 105 medalhas ganhas, a que falhou tornou-se “um monstro na cabeça”. Hoje, Pimenta pode dormir melhor. E sonhar com… 2032

Pimenta terminou a prova de K1 1.000 com o tempo de 3.25,82, à frente de Kopasz (3.26,49) e de mais um atleta habituado a estas andanças, o bielorrusso Aleh Yurenia (3.30,47), que garantiu a medalha de bronze à frente do italiano Andrea Schera (3.31,26) e do alemão Martin Hiller (3.32,62). Entre os finalistas dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a grande ausência foi o também húngaro Ádam Varga, medalha de prata.

Canoísta Fernando Pimenta campeão do mundo em K1 1000

Esta foi a segunda vez que o português se sagrou campeão mundial em K1 1.000, depois do título que já tinha alcançado em Montemor-o-Velho no ano de 2018 (um dos poucos que ainda lhe faltava no currículo). Em paralelo, Pimenta alcançou a décima medalha em Mundiais: quatro de ouro (K1 5.000 em 2017, K1 1.000 e K1 5.000 em 2018 e agora K1 1.000 em 2021), três de prata (K2 500 em 2010, K4 1.000 em 2014 e K1 1.000 em 2017) e outras tantas de bronze (K1 1.000 em 2015 e K1 1.000 e K1 5.000 em 2019).

À terceira foi de vez. “É um dos dias mais felizes da minha vida”, diz Fernando Pimenta

Em paralelo, Fernando Pimenta um dos cinco atletas portugueses com duas medalhas olímpicas (a par de Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Luís Mena e Silva), soma já um total acima de 100 medalhas em provas internacionais, naquele que é um dos maiores currículos de sempre de um atleta nacional. E que pode não ficar por aqui porque este domingo o canoísta volta a entrar em ação com a final de K1 5.000, onde terá mais um duelo contra aquele que é o seu maior rival da atualidade, Balint Kopasz.

Depois do bronze, outro bronze: Fernando Pimenta fica em terceiro na final de K1 5000 metros dos Mundiais de canoagem