O candidato do PS à presidência da Câmara de Bragança, Jorge Gomes, classificou esta segunda-feira a venda de lotes na zona industrial das Cantarias como “um processo obscuro” por haver empresários interessados e os espaços continuarem vazios.

O candidato visitou esta sexta-feira este espaço e diz que observou “muita insatisfação por parte dos empresários, porque não entendem como é que ainda há lotes que não estão ocupados“, nomeadamente na nova área inaugurada há três anos.

“Não vale a pena lá ir que ainda está despovoada”, alertava um dos interlocutores, durante a ação de campanha acompanhada pela Lusa em que o candidato socialista considerou que a câmara, liderada há 24 anos pelo PSD, está “a enganar os empresários”.

Segundo Jorge Gomes, há casos em que se candidataram “a lotes e a resposta que receberam é que estavam todos atribuídos e agora a Câmara diz que afinal não há quem preencha a zona industrial”.

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O candidato do PS afirmou que ainda “há pouco tempo duas empresas quiseram instalar-se em Bragança e disseram-lhe que não havia lotes e foram instalar-se a Chaves”.

“Se nós formos Câmara há uma coisa que tem de haver, transparência neste tipo de processos. Os empresários têm de saber um dos outros. Tem de ser pública a atribuição dos lotes, seriar os candidatos”, apontou.

O que acontece atualmente é, para o socialista, “um processo obscuro” de “compadrios” em que “a intenção é guardar os lotes para os amigos e para os interesses partidários e quando vão outros que querem, dizem-lhes que está tudo ocupado e de repente os amigos não querem e então começam a dizer que já há lugar para todos”.

Outro “problema grave” que o candidato encontra na zona industrial da cidade é a pouca diversidade de negócios, com predominância dos ligados à construção civil e oficinas.

“Nós temos um tecido empresarial excelente, mas é baseado quase tudo no mesmo, e temos que captar empresas que venham pagar bons salários para dar uma diversidade diferente porque, se houver uma paragem grande na construção civil, metade da zona industrial desaparece”, ilustrou.

Jorge Gomes defende que “tem de haver um envolvimento da Câmara muito grande”, não entendendo como é que o município de Bragança não tem “um gabinete de apoio ao investidor, não tem uma via verde de apoio ao investidor”.

Até sexta-feira, data em que termina a campanha eleitoral, o candidato do PS pretende visitar todas as localidades do concelho e do que já visitou ressalta “a preocupação” com a falta de condições no mundo rural”.

“Nós estamos há 24 anos a ser governados pela mesma política, o PS quer despertar Bragança, assim as pessoas queiram”, declarou.

Além de Jorge Gomes do PS, são candidatos à presidência da Câmara de Bragança nas eleições de domingo Hernâni Dias do PSD, António Morais da CDU, Paula Vieira do CDS-PP, André Xavier do Bloco de Esquerda e Carlos Silvestre pelo Chega.