O cabeça da lista do Partido Socialista à Câmara de Braga anunciou esta quinta-feira que pretende criar 100 novas vagas em creches no concelho, considerando que a escassez de lugares é “um problema brutal” que afeta sobretudo os mais desfavorecidos.

Em declarações à Lusa, à margem de uma ação de campanha para as eleições autárquicas de domingo, Hugo Pires prometeu ainda implementar medidas de combate à solidão dos mais velhos, designadamente a criação de uma universidade sénior com polos em várias freguesias.

“Vamos mudar o paradigma de insensibilidade social que é marca deste executivo [liderado pelo social-democrata Ricardo Rio]”, referiu Hugo Pires.

Para o candidato socialista, a retirada de capacidade construtiva de muitos terrenos nas freguesias alterou as dinâmicas familiares, em que muitas vezes eram os avós que tomavam conta dos netos, já que todos moravam muito perto uns dos outros.

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O problema, acentuou Hugo Pires, é que os jovens casais tiveram de procurar novas paragens, já que os terrenos que tinham nas suas freguesias deixaram de ter capacidade construtiva.

Com isto, considera, houve toda uma alteração das “dinâmicas familiares”, levando a que os idosos fiquem sozinhos e que as creches sejam cada vez mais a única solução para os filhos dos jovens casais.

“As creches são hoje [esta quinta-feira] um problema brutal no concelho. Vamos criar mais 100 novas vagas para os filhos das pessoas que trabalham e que não têm nenhum apoio familiar”, referiu.

Para Hugo Pires, quem sofre mais com a falta de creches são os filhos das famílias mais carenciadas, que não têm dinheiro para pagar uma “creche normal”.

“Há um fenómeno que existe, a proliferação de creches ilegais, sem as mínimas condições, para que os filhos das famílias mais pobres possam ter onde ficar. Temos de combater esse flagelo”, sublinhou.

Em relação aos mais idosos, Hugo Pires promete um programa de combate à solidão.

“Vamos promover políticas públicas de combate à solidão dos mais seniores, como uma universidade com vários polos em diferentes freguesias, vamos promover o envelhecimento ativo promovendo a prática desportiva”, adiantou.

Para Hugo Pires, a “insensibilidade social” tem sido uma “marca” da maioria que desde 2013 governa a Câmara de Braga.

Apontou “escolas votadas ao abandono”, crianças que têm de andar “cerca de um quilómetro à chuva” para aulas de Educação Física, alunos que têm de atravessar “verdadeiras vias rápidas” para irem almoçar porque nas suas escolas “não têm mínimas condições para fazerem as suas refeições”.

“Essa falta de sensibilidade social e de conhecimento do concelho é uma marca desta maioria, sobre a qual o PS vai apresentar propostas e mudar todo este paradigma de insensibilidade social deste executivo”, acrescentou Hugo Pires.

Nas eleições de domingo, os cabeças de lista à Câmara de Braga são Ricardo Rio (coligação PSD/CDS-PP/PPM/Aliança), Hugo Pires (PS), Bárbara Barros (CDU), Alexandra Vieira (Bloco de Esquerda), Teresa Mota (Livre), Olga Baptista (Iniciativa Liberal), Rafael Pinto (PAN) e Eugénia Santos (Chega).