O cabeça de lista da coligação Almada Desenvolvida (AD), eleito vereador na Câmara de Almada, admitiu domingo que o resultado foi “dececionante”, mas foi “mais uma reação psicológica do que lógica” para evitar o regresso da CDU.

“[…] Pensando que a CDU tinha hipótese de ganhar a Câmara de Almada e, numa reação mais psicológica do que lógica, quis tentar evitar que isso acontecesse, quando era sentido que essa hipótese não era passível de ser possível”, disse Nuno Matias, em declarações à agência Lusa.

Para Nuno Matias, o resultado da coligação Almada Desenvolvida, que junta PSD/CDS-PP/A/MPT/PPM e elegeu um vereador, com 10,71% dos votos, deixa “um sentimento amargo”, depois do “grande trabalho que todos os almadenses foram testemunhas” nos últimos quatro anos.

“[A coligação] nunca deixou de estar disponível para trabalhar pelo futuro da nossa terra”, realçou, quando questionado sobre a possibilidade de dialogar com a vencedora das eleições para o município, Inês de Medeiros (PS), que reconheceu que poderá ser mais fácil chegar a um acordo com o PSD do que com os outros partidos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nuno Matias reiterou que evitar um possível regresso da CDU “prejudicou” a AD, lembrando que “o trabalho feito pelos vereadores do PSD foi excecional”.

A vencedora das eleições para a Câmara de Almada, Inês de Medeiros, reeleita na presidência do município, prometeu dialogar com os eleitos de todos os partidos, mas reconheceu que o diálogo poderá ser mais fácil com o PSD.

“Eu já disse que irei falar com todos. Nós fizemos de facto, estes quatro anos, trabalho com o PSD. E, portanto, a conversa será, talvez, mais simples, mas irei falar com todos, tal como anunciei há quatro anos, tal como anunciei no início da campanha e agora aqui reafirmo”, disse Inês de Medeiros.

A autarca almadense, que reforçou nas eleições autárquicas deste domingo a maioria conquistada há quatro anos à maioria CDU, assegurou que os vereadores do PS estão prontos para voltar ao trabalho com entusiasmo redobrado.

Este domingo, o PS renovou a presidência de Inês de Medeiros na Câmara de Almada, que reforçou a maioria no executivo camarário, com cinco lugares, segundo dados provisórios do Ministério da Administração Interna.

Quando estão apurados os resultados das cinco freguesias do concelho de Almada, o PS obteve 39,87% dos votos, com cinco lugares. A CDU (coligação PCP-PEV), que candidatou a histórica líder da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, ficou em segundo lugar, com 29,69%, obtendo quatro mandatos.

Nas eleições autárquicas de domingo, Nuno Matias teve como adversários Inês de Medeiros (PS), Maria das Dores Meira (CDU), Joana Mortágua (BE), Vítor Pinto (PAN), Bruno Coimbra (Iniciativa Liberal) e Manuel Matias (Chega).

O atual executivo da Câmara Municipal de Almada, presidido por Inês de Medeiros, é governado pelos socialistas com quatro eleitos, a CDU também tem quatro, o PSD dois e o BE um.